The Lolla Travel Journal: Japan, by Daniela Salles
Quando começamos a trabalhar com a Daniela, founder da marca de joias super versáteis e minimalistas Daslan, eu sabia que iria me inspirar e aprender com a Daniela para além do design impecável e as linhas elegantes das joias da Daslan. Trabalhamos juntas para chegar na idéia perfeita deste Travel Journal, que virou um convite à explorar o mundo com os nossos filhos. Não há privilégio maior do que criar memórias com os nossos pequenos pelo mundo para que eles possam ir além do universo deles. Saibam admirar de onde vieram e absorver novos ensinamentos que o mundo antes deles proporcionou para chegarmos até aqui. Estou super honrada em ter o Japan Travel Journal no Lolla de uma forma tão especial. Espero que gostem o tanto quanto eu amei.
xx
Rosa
by Daniella Salles, founder of Daslan
Acabo de passar 2 semanas no Japão, com meu marido e nossos 4 filhos. Sendo a nossa primeira vez no país (meu marido já conhecia, mas fazia anos desde sua última visita), optamos por um roteiro um pouco extenso, mas que oferecesse uma boa percepção geral da cultura local e nos permitisse conhecer diferentes regiões do país. Voltamos todos encantados e certamente voltaremos, não só para revisitar alguns dos destaques de nossa visita, como também para conhecer outras partes deste lugar fascinante.
PRIMEIRAS IMPRESSÕES
Começamos por Tóquio, uma cidade que me surpreendeu positivamente, apesar das já elevadas expectativas. Dinâmica, moderna e extremamente densa, mas ao mesmo tempo limpa, organizada, silenciosa e muito verde. Um lugar em que é fácil de se locomover, tanto em transporte público, que foi o que mais usamos, como andando ou de táxi. É uma cidade cheia de contrastes, o que a torna ainda mais interessante e diferente. O que me surpreendeu mais foi a convivência de bairros com arranha-céus e shoppings modernos, que poderiam estar em qualquer lugar do mundo, se misturando naturalmente aos jardins típicos japoneses, com caminhos e corredores verdes entre os prédios que foram oásis muito bem-vindos nas altas temperaturas do verão. Há também o interessante contraste de bairros extremamente densos, confusos e barulhentos, como o de Shibuya, com centenas de transeuntes se cruzando nos famosos cruzamentos diagonais, e, a alguns poucos quarteirões de distância, bairros residenciais e tranquilos, como o de Daikanyama. Tóquio é uma cidade onde tradição e modernidade se encontram de forma harmoniosa. Apesar de existir uma forte presença de marcas de luxo ocidentais, a cultura local prevalece de forma marcante. Curiosamente, marcas ocidentais que sumiram em seus países de origem ainda existem, e por vezes com destaque, no Japão, como a histórica, porém falida, loja de departamentos de Nova York Barneys ou o famoso café Dean & Deluca, também originalmente de NY, onde fechou, há alguns anos, todas suas lojas. Para mim, Tóquio representa um lugar atemporal, e esses “flashbacks” do passado me trouxeram carinhosamente à memória o filme De Volta Para o Futuro.
Nosso Udon na cidade de Ise, em Shima.
CRIANDO MEMÓRIAS
De Tóquio partimos, num dos incontornáveis trens bala, para uma região um pouco menos frequentada por turistas ocidentais, chamada Ise-Shima. A área é conhecida pelos santuários, que estão entre os mais antigos e tradicionais do Japão. A ida à região é muitas vezes comparada à peregrinação para Santiago de Compostela. Dizem que o sonho de muitos japoneses é poder visitar pelo menos uma vez esses santuários. Foi realmente um dos passeios mais especiais que fizemos. E ainda tivemos experiências únicas e divertidas, como tomar um ônibus e, ao fim da viagem, ter que abrir a carteira e oferecê-la ao motorista japonês para que ele pudesse pegar o dinheiro necessário para pagar nossos bilhetes, uma vez que não havia qualquer língua comum entre nós e chegamos ao limite do que era possível, em termos de compreensão mútua, usando apenas sinais. Nesse mesmo lugar, almoçamos num restaurante muito simples um Udon delicioso (especialidade da região) onde, uma vez mais, éramos os únicos ocidentais sentados nos tatames. Essas lembranças certamente ficarão eternamente marcadas na mente dos meus filhos.
A nossa terceira parada foi Kyoto, cidade que me deixou um pouco desapontada. Tinha uma expectativa tão diferente do que encontrei, que acabei não me encantando como esperava. Assim como Tóquio, esta também é uma cidade de contrastes, mas que, na minha opinião, não se desenvolveu tão bem, talvez por ser uma cidade muito turística. Dito isso, o lugar tem seu charme, com bairros como o tradicional Gion, Arashiyama e a conhecida floresta de bambu. E é também culturalmente muito rica, com vários santuários xintoístas e belos templos budistas. A cidade, ademais, é rodeada por montanhas e oferece passeios muito bonitos para quem gosta de caminhadas e trilhas, que, infelizmente, não tivemos tempo para explorar.
ARTE E ARQUITETURA
De Kyoto fomos para Naoshima, uma ilha dedicada à arte e à natureza. Com projetos assinados pelo arquiteto japonês, Tadao Ando, e obras de arte de Monet, Walter de Maria e James Turell, entre outros, é uma visita obrigatória para quem gosta de arte. A grande particularidade do local é que Tadao Ando, ao projetar o museu de Chichu, resolveu enterrar a estrutura na terra para não atrapalhar a beleza natural do local. É bastante impressionante ver as soluções que ele criou para que o museu ainda assim recebesse luz natural, mesmo estando incrustado na terra.
Acabamos nossa viagem com mais dois dias em Tóquio, que foi um lugar que nos encantou e ao qual queremos certamente voltar.
Um hotel que é um sonho
Aman de Kyoto. O hotel é um pouco afastado dos bairros mais tradicionais e das atrações turísticas, mas fica no meio de um jardim deslumbrante. Vale a pena reservar um almoço na varanda do restaurante (se não estiver muito quente e úmido, caso contrário é melhor reservar dentro) para ir conhecer o hotel.
Um restaurante clássico na cidade que nunca sai de moda
Em Tóquio: Kyubey Sushi
Em Kyoto: Honke Owariya – restaurante de soba mais antigo do Japão
Entrada do Museu Chichu em Naoshima. Ele foi todo construído dentro da terra para não incomodar a paisagem natural da ilha
Uma cena artsy inspiradora (museu, praça, galeria, etc)
Ilha de Naoshima. Nela só se respira arte. O arquiteto japonês Tadao Ando, a pedido da empresa Benesse (maior incorporadora voltada para a educação no Japão), construiu um hotel/museu (The Benesse House), o museu de arte contemporânea (Chichu Art Museum, com obras do Claude Monet, Walter de Maria e James Turell) e algumas outras galerias/museus espalhados pela ilha, assim como esculturas que se misturam à natureza selvagem e preservada do local.
A ilha é bem pequena e a melhor forma de explorá-la (e a mais divertida com crianças também) é alugando bicicletas elétricas.
Onde ir para tomar um cocktail com as amigas
Em Tóquio: No bar The Lounge do Aman de Tóquio, localizado no lobby do hotel, que fica no 33o andar de um prédio corporativo. Vale a pena não só pela vista da cidade, mas também pela arquitetura impressionante do local, já que o pé direito tem mais de 30 metros. O ambiente é sóbrio e elegante, mas o bar fica bem movimentado.
Em Kyoto: Algum barzinho no bairro Gion, que fica super charmoso à noite com suas ruelas labirínticas e todos os lampiões acessos.
Beauty go-to (spa)
Não diria que sou uma boa referência quando o assunto é SPA ou tratamentos de beleza. Dos poucos spas que conheço pelo mundo, o do Amanemu em Shima foi claramente um destaque. O Japão é conhecido pela tradição dos banhos em águas termais chamadas de Onsen e o spa do Amanemu conta com um espaço amplo ao ar livre com piscinas de água termais ricas em minérios, provenientes de uma fonte natural.
Friday night dinner spot
Um tradicional de Kaiseki em Kyoto com experiência de Ryokan: Isshinko
Um sushi muito bom em Tóquio: Sushi Koharu
Loja favorita
As lojas de papelaria no Japão são das melhores que já vi. Adorei a Itoya no bairro Ginza. São vários andares dedicados a qualquer coisa relacionada com papelaria.
A livraria Tsutaya Books no bairro de Daikanyama. Tem outra no último andar do shopping Ginza 6, também muito legal, e mais uma no movimentado bairro de Shibuya, mas não chegamos a entrar nessa última. A de Daikanyama é imperdível e o bairro é muito simpático. Vale caminhar pela região.
Outra lojinha que adorei foi uma de incenso em Kyoto, que existe desde 1575, e se chama Koju. Foi muito difícil escolher os nossos incensos preferidos. Minha filha queria levar a loja inteira.
Passeios e programas que meus filhos mais gostaram (idades de 16, 13, 9 e 6 anos)
Tóquio:
Teamlab Planets Tokyo – museu interativo e sensorial muito bem pensado
Se perder pelas ruas de Shibuya e experimentar o algodão doce da Totti Candy Factory
Passear pelo mercado de peixe Tsukiji e ver todas as comidas diferentes oferecidas pelas dezenas e dezenas de lojinhas. Paramos num dos restaurantes locais para comer um Chirachi maravilhoso e super fresco.
Comer sushi num bar em pé – nós fomos num bem pequeno na estação de trem de Tóquio, muito bom e adoramos a experiência;
Passear pelo metrô;
Kyoto:
Museu do Mangá, para quem gosta do gênero
Passear pelo mercado Nishiki. Como o de Tóquio, é cheio de lojas de comida, mas nele encontra-se também lojas tradicionais japonesas, como de facas, abanicos, cerâmicas, panelas, roupas, entre outros itens.
Almoçar no restaurante mais antigo de Soba do Japão: Honke Owariya. Valeu definitivamente a espera de 30 minutos, na rua, embaixo da chuva;
Andar de Shinkansen (trem bala)
Nara:
Fomos passar o dia. Fica cerca de 1:30 de distância de carro de Kyoto. Uma vez lá, alugamos bicicletas e demos a volta da cidade com uma guia. A cidade é uma graça e tem um santuário lindo (Kasuga Taisha); mas a maior atração, principalmente para as crianças, são os milhares de cervos que ficam soltos pelo parque de Nara.
Experimentar um café da manhã típico japonês. É uma refeição completa, muito diferente ao que estamos acostumados.
Best coffee break and bar
Tsutaya Books. Com algumas localidades espalhadas pela cidade, a mais recente abriu no último andar do shopping Ginza 6. Mas a mais charmosa e a mais conhecida fica no bairro de Daikanyama. Dentro dela tem um restaurante, cafés, espaços de coworking e até um bar. A decoração gira obviamente em torno dos livros e o bar é todo feito de livros.
Cozy corner
De novo, a Tsutaya Books.
Passear pelo bairro de Roppongi Hills e seus jardins e aproveitar para visitar o Mori Art Museum.
Visitar o 21 21 Design Sight projetado por Tadao Ando e passear pelo parque em volta, que é muito agradável
Passear pelos jardins do Palácio Imperial
Photos by Daniela Salles | Sponsored by Daslan