I Couldn't Help But Wonder... Será Que A Música Consegue Juntar Pessoas?
Estava na estrada ouvindo Dave Matthews no domingo pensando nisso. Há uns 15 anos atrás, seu eu tivesse feito um documentário da minha vida, a trilha sonora seria do Dave Matthews Band. Todas as minhas lembranças da faculdade e dos meus 20 anos tem alguma música deles. É a única banda que eu conheço todos os álbuns e quase todas as músicas. Acho que foi minha primeira descoberta musical só minha, que eu cultivei e fui atrás, totalmente influenciada pelos meus irmãos, mas ainda assim só minha. Eu adotei a Dave Matthews Band como a minha banda. Fui em poucos shows na vida, tenho preguiça da função, e o show do Dave Matthews foi um deles.
Quando eu conheci o M., meu marido, inventei que a nossa música era a "Crash Into Me" porque era o que eu ouvia todos os dias de manhã indo para a faculdade quando eu sabia que ia encontrar com ele. E ouvia na volta da faculdade depois de ter encontrado com ele, ele provavelmente não sabe disso. Quando a vida separou a gente há 15 anos atrás, eu também me separei do Dave Matthews, era impossível ouvir Dave e não pensar no M.
Foram anos de abstinência de Dave Matthews, até que em 2011, quando eu voltei a ter minha vida só pra mim de volta (ainda sem o M.) Crash Into Me voltou para a minha trilha sonora, na época no meu iPod. Eles tinham lançado algumas músicas que eu não conhecia e de alguma forma, ter alguma coisa minha que as pessoas identificam facilmente me fazia muito bem. Saber que alguém poderia falar sobre mim, me identificando a alguma coisa que eu gostava por conta própria, sem ser por alguém, era libertador. "A Rosa gosta de Dave Matthews" era como uma afirmação de uma identidade que eu perdi durante todos os anos que parei de ouvir Dave Matthews, porque estava ouvindo outras coisas por causa de outras pessoas.
Foi no Inverno de 2011, que eu passei curtindo o verão de NY estudando na FIT que isso começou a mudar. Passei 40 dias sozinha, só estudava, andava, comia e ouvia Dave Matthews commuting ou correndo no Central Park no fim-de-semana. Não havia nada que me deixava mais feliz do que tomar café no Starbucks perto de casa (onde a barista me chamava de Lolla, o que deu nome a site) e pegar o metrô para Chelsea ouvindo Dave Matthews. E óbvio que eu pensava no M. Mas isso parecia algo tão distante, algo de tantos anos atrás que naquele momento eu só curtia a nostalgia.
Neste domingo na estrada, não consegui não pensar… será que a música tem esse poder de "re-unir" as pessoas?
Desde quando fui pra NY não parei de ouvir Dave e ia inventando momentos de reencontro na minha cabeça com o M. de acordo com a letra de cada música nova, a música (e a letra) mais especial para esse reencontro épico era "You & Me". Ela fala de duas pessoas que são uma só, que vão para longe para poderem ficar juntas. De certa forma, falava sobre a gente. Foram quatro meses até o M entrar de novo na minha vida (for good e sem trilha sonora) e nunca mais sair. Ele tava comigo no show do Dave Matthews e estava no carro na estrada neste domingo ouvindo Dave on repeat. "Crash Into Me" me faz sentir saudades do M. mesmo quando ele está do meu lado.
Então eu prefiro achar que sim.
Alguém já parou pra pensar nisso?