Winter Candles: Minhas velas favoritas para o inverno
Velas são uma parte importante da minha vida. Desde pequena acompanhava minha mãe nas compras de velas coloridas para um par de castiçais que era da minha avó que ela adorava, velas de citronela para a nossa casa na praia e por aí vai. Me lembro claramente de uma vela roxa que ficava no lavabo do nosso antigo apartamento, tinha um cheiro forte, um pout-pourri de aromas, queria muito descobrir que vela era aquela.
Vela pra mim tem cheiro de casa. Associo todos os aromas a alguma memória, amo chegar em casa e acender uma vela cheirosa, deixar aquele scent comandar a noite. Agora no inverno, sigo sonhando com uma lareira para acompanhar as minhas velas favoritas com um vinho e Netflix.
Santal 26, Le Labo
All right, all right, conhecedores vão dizer que NY, Los Angeles e Londres cheiram a Santal 33 da Le Labo. Mas vamos nos beneficiar do fato de que a nossa casa não está exposta ao mundo e podemos deixar ela com o cheirinho que a gente bem entender. A vela Santal 26 da Le Labo é a versão vela do perfume mais vendido da Le Labo, Santal 33, com um número menor de notas (26). O cheirinho me lembra outono em NY, golden hour, blusas de cashmere, lareira no fim do dia e a casa da Juliane Moore no filme "Maggie’s Plan". Scandinavia meets Brooklyn kind of smell.
‘Explaining kills art’
A Le Labo tem uma política de não explicar os scents dos produtos da marca. Eles acreditam que cheiro é sensorial, e memória olfativa faz a gente contar as próprias histórias criando narrativas diferentes para os mesmo aromas.
Ambre, Diptyque
A vela Ambre da Diptyque é como o inverno deveria ser se ele tivesse um aroma. Bem amadeirado, com uma mistura de plantas e cumarina, uma semente que deixa um cheiro de vanilla que não é vanilla (descrição perfeita pelo Denis Pagani, mestre dos perfumes que conheci ano passado, do 1Nariz). Me lembra a casa da Celeste de Big Litlle Lies, meio sóbria, bege e sempre com uma taça de vinho em cima da bancada da cozinha.
Replica by the Fireplace, Maison Margiela
Os aromas da Replica, linha de fragrâncias da Maison Margiela são réplicas (daí o nome) de situações, ambientes, lugares. É uma mistura de notas que te leva sensorialmente a um lugar especifico. A By The Fireplace se define no rótulo: aroma de castanhas e madeira queimando, na frente a lareira em uma casa em Chamonix nos anos 70.
No.04 Bois de Balincourt, Maison Louis Marie.
Descobri essa vela em Los Angeles, na loja da Clare V. Nunca tinha ouvido falar da marca e me encantei pelo storytelling da Maison Louis Marie. Marie du Petit-Thouars, a founder da marca, cresceu na Bélgica, no Château de Balincourt, uma propriedade linda e bulcólica, fazendo testes em velas e aromas com as plantas da mãe. A vela N0.04 Bois de Balincourt é uma memória das caminhadas pela floresta de Balincourt da infância de Marie. Com aroma de sândalo, cedro, canela e noz moscada, très invernal.
Tree House, Byredo
Essa foi um presente do Marcos, sort off. Pedi pra ele me trazer uma vela da Byredo (ele foi no menor pacote, no news here), e falei pra escolher o aroma que quisesse para a nossa casa nova. Uma mistura de cedro, sândalo, palo-santo, feno, bamboo, mirra, a flor labdanum e um mix de especiarias, bem masculina, que eu adoro. A vela Tree House é inspirada nas casas em árvore que o (self taught architect, designer, and builder) Takashi Kobayashi constrói no Japão. Não por acaso, a rua em que a gente vai morar é uma das mais arborizadas no meio da cidade e nossa sala dá exatamente na copa da árvores. Was meant to be.
OKIRA
A única vela brasileira que make the cut, a vela da Okira, uma marca de fragrâncias de Olinda, Pernambuco. É feita a base de óleos essenciais de palma rosa, petitgrain e patchouli. Me lembra meu pai todo perfumado, em um domingo frio de São Paulo, pronto para sair pra almoçar com a família, deve ser por causa do patchouli. Para deixar dias frios mais quentinhos.
E por fim, #burnyourcandles.
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