We Can’t Have it All, Mas Deixa Eu Explicar
Hoje de manhã eu respondi um questionário do Eat Your Nuts, newsletter super diferente que eu adoro acompanhar da Be Muroch que também faz parte do time de Lolla Writers. E uma das perguntas era sobre como eu defino meu lifestyle. Pode ser uma pergunta simples, mas se tornou por uns momentos uma questão quase filosófica. Pensei, pensei, e respondi algo como “loucura da mulher moderna”.
Isso pode gerar várias reações. Pode ser uma visão engraçada de uma vida caótica, ou até meio preocupante, dados seus potenciais reflexos na saúde. Seja como for, acho que é a mais pura verdade. E me lembrou da questão “Can we have it all?”, sobre a qual tenho refletido bastante nos últimos tempos.
Minha resposta atualmente seria não. Mas calma, essa não é a resposta completa.
Pensa comigo: Carreira, família, amigos. Sucesso, dinheiro, beleza, hobbies. Casa arrumada, academia, dieta e skincare em dia. Preocupação com a sociedade, com o meio ambiente, com o futuro. Engajamento em causas e nas redes. Ter opinião coerente e posicionamento sobre temas complexos. Saúde, física e mental.
Será que dá, tudo isso, ao mesmo tempo? É daí que vem minha resposta: não.
O problema é que parece estarmos sempre em busca disso: de um equilíbrio que talvez seja inalcançável se continuarmos tentando ser e fazer tudo ao mesmo tempo. E não só isso: de forma perfeita, impecável, pra ninguém botar defeito.
Esse tema veio em uma fase em que me vejo tentando tudo, mesmo sabendo que é impossível. Coincidentemente, não têm sido raras as conversas em que o tema principal é a famosa Síndrome da Impostora. É basicamente a sensação de que você chegou onde chegou enganando todo mundo à sua volta e, a qualquer momento, vão perceber que você é uma grande impostora e tudo cairá por água abaixo.
Por que será, né? Como não se sentir aquém de todas essas expectativas de elevadíssimo padrão de qualidade? Mas aí vem um plot twist: essas expectativas foram criadas em nosso próprio imaginário.
Em um mundo em que falamos tanto da necessidade de gentileza, uma vez que não sabemos o que o outro está passando, acabamos deixando de ser gentis com a pessoa mais importante de todas: nós mesmas.
Acho que esse texto é uma reflexão que estou fazendo junto com vocês e não trago respostas. Eu tenho certeza de que nós podemos ter e fazer tudo o que quisermos e ai de quem falar o contrário perto de mim. Mas para isso, precisamos respirar, pensar o que realmente importa em cada momento, respeitar nossos limites. Só assim vai ser possível.
Continuarei tentando, uma coisa de cada vez. Quem conseguir, me avisa?
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A régua do mundo exterior by Cami Cilento