POBREZA MENSTRUAL: Conheça e Doe Para o Projeto Dona do Meu Fluxo

Neste mês de julho, escolhemos divulgar o trabalho da instituição Dona do Meu Fluxoprojeto de empoderamento feminino e combate à pobreza menstrual.  Self-care e saúde da mulher tem tudo a ver.Para conhecer mais sobre o novo projeto do The Lolla, leia "Lolla Social: O Novo Projeto do Lolla para promover a cultura da Doação no Brasil". Abaixo, leia a entrevista que fizemos com uma das representantes do projeto Dona do Meu Fluxo, a Mariana Madureira, da Raízes Desenvolvimento Sustentável. 

Qual é o objetivo do projeto Dona do Meu Fluxo?

Empoderar mulheres e combater a pobreza menstrual, por meio de workshops e distribuição de coletores menstruais para mulheres em situação de vulnerabilidade social. 

Como funcionam esses workshops?

Nos workshops, doamos um coletor menstrual para cada participante do projeto. Explicamos como o copinho é econômico, ecológico, saudável, prático e representa uma nova relação da mulher com o próprio corpo e com seu ciclo. Além da menstruação e seus tabus, abordamos temas relacionados ao corpo feminino, padrões estéticos, autoestima, julgamento, sororidade e redes de apoio à mulher.

O que é exatamente um coletor menstrual?

O coletor menstrual é um copinho de silicone medicinal desenvolvido para criar uma barreira no canal vaginal e coletar o fluxo menstrual por até 12 horas. É mais saudável que os absorventes internos e externos do mercado porque não possui químicos que podem causar alergias nem altera a flora bacteriana.  

O que você pensa quando falamos em pobreza menstrual?

Quando falamos em pobreza menstrual estamos falamos em falta, ausência, escassez. Falta de absorventes, de produtos de higiene, de sabonete, de acesso à água, de acesso à banheiro, de acesso à um sistema de saneamento básico...  Estamos falando de ausência de dignidade humana para a mulher em situação de vulnerabilidade social. 

Como isso afeta mulheres no Brasil?

Vocês já pararam para pensar sobre quanto custa menstruar? Estima-se que uma mulher gaste entre R$ 3 mil e R$ 8 mil ao longo de sua vida menstrual, apenas com absorventes.Agora vamos comparar esse valor com a renda anual de uma mulher que se encontra na faixa dos 5% mais pobres no Brasil e recebe, por ano, de R$ 1.920 - isso mesmo, por ANO. Com essa renda, essas mulheres terão que trabalhar até 4 anos para custear os absorventes que usarão ao longo da vida. Impraticável, não é mesmo? (Fonte: PNAD Contínua, IBGE, 2020).Tem ainda a questão do saneamento básico: 48 milhões de pessoas não tem coleta de esgoto e 35 milhões de brasileiros não tem acesso a água tratada . O resultado é que 5,8 milhões de pessoas (2,8% da população) não tem banheiro em casa e condições de higiene básicas.Como resultado, muitas mulheres acabam não tendo acesso adequado a absorventes e usam recursos poucos eficazes e higiênicos, ou deixam de participar de atividades sociais, trabalho ou escola durante o período menstrual.Garantir o acesso a uma menstruação digna deveria ser uma política de Estado, tema cada vez mais recorrente no cenário público, mas ainda sem solução universal. 

Como o Dona do Meu Fluxo começou?

O projeto nasceu da convicção de que ser dona do fluxo menstrual é um passo básico e fundamental para se tornar dona do fluxo da própria vida.A Luisa Cardoso, fundadora da Korui Ciclos de Vida, criou um negócio de produtos e soluções para que mulheres pudessem viver seus ciclos menstruais com mais liberdade, segurança, saúde, conforto e sustentabilidade. A Luisa não queria atingir somente um público que pudesse pagar por seus produtos, ela queria democratizar o acesso aos coletores menstruais.Por isso o compromisso no lançamento da venda de coletores foi o 10x1: a cada 10 coletores vendidos, um seria doado.Quando o aniversário de um ano da venda de coletores começou a se aproximar, Luisa se perguntou “como fazer para doar esses coletores de forma eficiente e significativa, sem deixar que eles acabem na gaveta das mulheres vulneráveis por insegurança ou nas mãos de quem não precisa tanto dessa doação?” E foi aí que a Raízes entrou na história.A Raízes Desenvolvimento Sustentável é um negócio social cocriado por 04 mulheres em 2006 e hoje dirigido por uma de suas fundadoras, Mariana Madureira com suporte da sócia Jussara Rocha e outras colaboradoras. O negócio da Raízes é empoderar comunidades, sobretudo mulheres.A Kouri disponibilizou com os coletores e a Raízes entrou com sua experiência em articulação de parceiros, mobilização comunitária, sensibilização para os temas do feminino, criação e sustentação de campos de compartilhamento saudáveis e monitoramento de impacto. Uma parceria que dá certo. 

Quantas mulheres foram beneficiadas até hoje?

Até o momento mais de 40 comunidades brasileiras e mais de 2.500 mulheres foram beneficiadas pelos workshops de empoderamento feminino e as doações dos coletores menstruais. 

Falando em estrutura, como vocês se organizam? Quantas pessoas atuam para fazer o projeto acontecer?

Fazemos um pouco de tudo, desde a seleção das comunidades, a estruturação dos workshops e monitoramento das ações realizadas, até a parte de captação de recursos, comunicação e divulgação do projeto. Temos um time de 6 pessoas que faz tudo isso acontecer e contamos com a participação de 20 voluntárias. 

Onde o projeto está presente?

Desde 2017, o Dona do Meu Fluxo já passou por 10 comunidades mineiras (Chapada Gaúcha, Ribeirão de Areias, Sagarana, Arinos, Uruana, Unaí, Campo Alegre, Campo Buriti, Araçuaí e Periquito), 13 comunidades paraenses (Cotijuba, Boa Vista do Acará, Mocajuba, Vila Nova e Vila do Conde em Barcarena, Abaetetuba, Cametá, Iritua, Periquitaquara, Santa Luzia do Pará, Santo Amaro, Santo Antônio do Pará e Mosqueiro), 10 comunidades indígenas da região do Xingu (MT), 3 comunidades fluminenses (Vidigal e Rocinha na Capital e Aldeia Mata Verde Bonita em Maricá), 4 comunidades da capital catarinense (Caiera do Saco dos Limões, Maloca, Morro do 25 e Geração do Chico) e a comunidade Ilha de São João em Salvador. 

Como o o Dona do Meu Fluxo se sustenta? Qual é a principal fonte de renda?

O projeto conta com a doação dos coletores da Korui, o trabalho pró bono da Raízes e os recursos oriundos de doações, patrocínios e venda de camisetas do projeto. 

Vocês acompanham o resultado do projeto no longo prazo?

O projeto já beneficiou mais de 2.500 mulheres e um follow-up é realizado periodicamente por telefone. O intuito das ligações é verificar a taxa de sucesso das doações. Temos uma perspectiva amostral do percentual de mulheres que de fato passaram a usar o coletor menstrual doado após o workshop. Nesse contato é verificado, também, se há dúvidas e como o a equipe pode saná-las. Os resultados dos monitoramentos ajudam a equipe a revisar periodicamente os conteúdos dos workshopse trazer cada vez mais clareza e segurança para as mulheres. 

As mulheres beneficiadas continuam usando o coletor menstrual?

A adesão ao coletor menstrual depende de muitos fatores, sobretudo culturais. Na região Norte, em comunidades da Amazônia a adesão foi superior a 90% enquanto no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, um pouco maior que a metade das mulheres atendidas. 

Onde eu posso acompanhar as ações realizadas?

As ações podem ser acompanhadas no site oficial do projeto e nosso instagram

Como eu posso participar e contribuir para o Dona do Meu Fluxo?

É possível contribuir para o projeto fazendo uma doação (pessoa física) ou patrocínio (pessoa jurídica). Você também ajuda o projeto seguindo e divulgando o @donadomeufluxo, comprando a camiseta no site da Korui e/ou se cadastrando como voluntária. 

APOIE SEGUINDO O DONA DO MEU FLUXO NO INSTAGRAM: @donadomeufluxo

 

APOIE FAZENDO UMA DOAÇÃO: CLIQUE AQUI E DEPOIS CLIQUE NO BOTÃO APOIE, NO LADO SUPERIOR DA TELA NO SITE DO PROJETO

 

  

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