Já parou pra pensar que "ser uma pessoa sensata" é totalmente relativo?

Há alguns anos atrás, enfrentando o maior problema da minha vida na gravidez do Benjamin, escutei de um médico que sensatez é relativo - “as pessoas te acham sensata apenas se você concorda com ela”. Isso nunca tinha ficado claro pra mim, porque sempre achei que sensatez tinha um caminho só, aquele único aceitável e que normalmente as pessoas mais velhas e sábias conheciam. Meninas jovens que tinham a sorte de ter uma vida como a minha não sabem nada da vida e consequentemente não tem experiência para serem “sensatas” - foi assim que me ensinaram.

Mas naquele consultório médico tudo mudou. Eu defendia um ponto, outras pessoas ao meu redor defendiam outro ponto. E ali ficou muito claro que meu ponto jamais seria entendido pelas outras pessoas porque para formar a minha opinião, essas outras pessoas tinham que ser eu, terem tido a minha vivência e a minha perspectiva da vida, o que não é o caso, e vice-versa. Ali eu descobri que naquele assunto, tudo que eu falava e defendia era distorcido ao ser processado no cérebro do meu ouvinte. As futuras consequências da minha escolha para as outras pessoas eram completamente diferentes das consequências para mim. Eu enxergava tudo diferente delas.

Sobre razão ter razão ou paz

Eu sempre quis ter razão. Não importa o tamanho da briga que eu tenha que comprar, faço de tudo para provar meu ponto de vista. Mas ando percebendo que muitas das minhas brigas evaporam no ar e não ensinam nada a ninguém. De novo porque para ser sensata aos olhos dos outros, eles precisam concordar com você e para isso eles precisam ter tido experiências parecidas com as suas e terem sido expostos a sentimentos iguais aos seus. A gente cria vínculos com pessoas que passaram ou estão passando por experiências parecidas com as nossas, porque a gente sente que só essas pessoas estão entendendo o que está se passando com a gente. Tentar impor seu ponto de vista e provar por A+B que você tem razão é completamente em vão, porque é impossível todo mundo processar fatos e opiniões da mesma forma porque a base que temos pra isso é diferente.

LEARNING TO GIVE A FUCK

Isso soa um pouco agressivo, não preciso ter uma “bad attitude to not give a fuck”, só preciso not give a fuck, genuinely.

Ando pensando muito sobre como a opinião dos outros me afeta. Eu sou do tipo que não estou nem aí se passo vergonha na frente de gente que nunca mais vai me ver na vida - tipo sair do banheiro com o vestido preso na calcinha (yeap, I’ve been there). Mas tenho altos picos de ansiedade só de pensar que as pessoas mais próximas vão ler esse texto e que isso vai ajudar a formar uma opinião sobre mim na cabeça delas, e pior, elas podem falar sobre isso enquanto eu não estiver. This kills me.

Mas, não me mata o suficiente a ponto de me calar, afinal continuo escrevendo. Pensar sobre isso tem sido uma terapia e aprender que definitivamente agir conforme as expectativas das outras pessoas não é o segredo do sucesso. Ser verdadeira e consistente é o segredo do sucesso, apenas e somente isso.

Vou deixar aqui o link de um vídeo que me fez pensar nisso, o da atriz Mariana Xavier - Ela fala sobre “perder o controle sobre as coisas que as pessoas pensam sobre você” e que realmente não tem muito o que fazer quando isso acontece. Eu não posso controlar a opinião que as pessoas têm e o que elas falam sobre mim, paciência. E mais do que tudo, se eu quero o sucesso de alguma maneira, preciso ter uma opinião e quando isso acontece, você separa as pessoas que pra você são sensatas (pra você) das que não são and finally find your tribe.

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Rosa Zaborowsky

Editor & Founder of thelolla.com and Mom of 3

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