Sobre compras online e signature style

Esses dias fui à um bar aqui em Campinas e encontrei um conhecido usando uma camisa da Osklen, devo dizer que admiro muito o Oskar Metsavath - dono da marca, mas vê-lo lá parecia não ornar com o lugar, sabe? Imediatamente tive a sensação de estar na portaria do colégio que estudei no ensino médio olhando pro meu crush no portão. Explico: quando fiz ensino médio, os meninos, em grande maioria, usavam os agasalhos da Osklen para ir à aula e aquilo ficou muito marcado pra mim, sou capaz de nomear as estampas que meu crush da época usava. Marcas como Osklen e Redley (que faz a melhor mochila que eu já tive até hoje) eram algo muito “do rio”, e raras foram as vezes que encontrei alguém em São Paulo usando essas marcas com o borogodó carioca. Assim como essas marcas representavam os “meninos do rio” da minha adolescência, eu também usava as marcas ditas “cariocas”: Farm, Checklist, Oh, boy!, Cavendish (ainda existe Cavendish?). Enfim, como boa fluminense - nascida e criada no estado do Rio de Janeiro, quando vim morar no estado de São Paulo ganhei status de “carioca” e me choquei quando percebi que as marcas que eu tanto usava lá eram muito mais caras aqui. Quem lembra que a Farm tinha preços diferenciados na etiqueta? Eram dois: “Rio de Janeiro” e “Outros Estados”, algo assim. No meu primeiro inverno em Campinas, eu não tinha roupa de frio, afinal, onde eu morava frio era algo bem raro, com isso tive de comprar às pressas algumas peças que pudessem me ajudar a enfrentar os dias frios. Assim comecei a empreender uma busca por lojas a fim de conseguir manter meu estilo. A minha sorte é que eu não usava estampas, passei por esse processo de abandono aos 13 anos quando decidi que seria uma pessoa menos infantil e mais séria, o que facilitou muito a minha vida, mas quando voltei pra casa o comentário geral que recebi foi: “Nossa, você está se vestido como uma paulista” - pausa dramática: “como assim?”, fiquei em choque.. teria eu perdido meu borogodó? Teria eu perdido meu charme de gata-garota? Nesse período comprei a série de livros da Nina Garcia, pois queria entender o que estava acontecendo com o meu estilo, passei por um ano confuso, confesso, mas foi nessa época que eu comecei a comprar roupas online. Entender qual era meu estilo, e especialmente saber que quando uma mudança interna reflete no exterior, me fez entender que não dava, pelo menos pra mim, basear um guarda roupa na curadoria de marcas de uma loja apenas. Eu deveria fazer minha própria curadoria, e aí entram as compras na internet, o que chocou muitas pessoas: “Como assim você compra roupa sem ver ou experimentar”? Meu estilo é uma mistura de elementos: ora ladylike, ora minimal, mas sempre com uma carinha atemporal. Comprar online é ótimo porque me faz ter acesso à marcas diferenciadas e até mesmo lojas pequenas e brechós pelo país todo, e eu agradeço imensamente ao Instagram por isso, afinal quando eu era adolescente não sonhávamos com isso, uma vez que até as revistas traziam índice de lojas físicas. Outros pontos positivos são: comprar itens de outras coleções, encontrar peças em sale que não estão nas lojas, e o principal, pelo menos pra mim: experimentar em casa. Odeio provadores, são poucos os que valorizam a experiência de compra do cliente, eles são concebidos para uma compra rápida. Lembro uma vez, quando em viagem, que fui comprar uma saída de praia e o ambiente do provador da loja era tão maravilhoso que eu seria capaz de comprar qualquer coisa, era espaçoso e o espelho me deixava super alta - o que eu achei o máximo. Ah, um outro ponto, quando compro online consigo pedir opinião para as pessoas que realmente me conhecem ao invés da vendedora. Esse ano, depois de voltar dos Estados Unidos fiz quatro compras de roupas online: um vestido para um evento social da Framed, que quando eu experimentei parecia ter sido feito sob medida pra mim, comprei uma blusa peplum na Pop Up que eu adorava e que estava fechando, um vestido da A.Teen que amei online mas ao experimentar ficou zero meu estilo, super femme fatale e eu devolvi no dia seguinte mesmo, e por fim comprei três vestidos na Leboh que eu amei por fotos mas que, infelizmente, tive que devolver dois por conta de transparência excessiva e tamanho grande. A desilusão com esse tipo de compras existe, devo dizer que o fato de existir o “devolução grátis” ajuda muito nesse processo e uma ida ao correio não atrapalha minha rotina, sabe? Nunca devolvi algo por arrependimento no sentido de consumo excessivo, quem me acompanha aqui no Lolla sabe que prezo muito pela qualidade das compras que faço, sou zero consumista como já descrevi nesse texto.  Relembrando essa história, lembrei de uma vez, há anos atrás, quando fui à uma balada em São Paulo e todos, eu inclusive, parecíamos estar uniformizados. Meninos com camisa branca e estampa discreta e meninas de saia, blusa e blazer. Ver meu conhecido usando Osklen em meio à um mar de gente usando diversas outras marcas me lembra como é legal sermos fieis ao nosso estilo, afinal ele fala muito sobre nós. Segundo Diane Crane, nosso estilo é a forma pela qual nos apresentamos diante da impossibilidade de falar algo, por isso é importante sermos fiéis à ele, seja fazendo uma curadoria diferenciada, agregando peças diferentes, que no meu caso atualmente são acessórios vintages herdados ou trazidos de viagem, mas isso é história para outro texto. Meus Achados da Black Friday  Macacão Amaro (já devolvi pq não ficou nada bom)Macacão Lenny Óculos Kate Spade Alexus Óculos Kate Spade AtáliaNa minha wishlist: Dois maiôs Haight: com Cava e com FaixaBolsa a tiracolo Zara 

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