Interview: Karina Olsen da Studio Cocoon
Eu sou apaixonada por jóias delicadas. Lembro de ficar anestesiada pelas vitrines de jóias da Bergdorf Goodman quando ia com a minha mãe, aqui no Brasil não via esse tipo de jóia. Tão pequenininhas, effortless and so chic. Elas ficam lindas sozinhas ou misturadas entre várias opções para um visual mais cool e são joias pra te acompanhar no dia a dia. Lembro a primeira jóia que comprei com essa pegada. Me dei de aniversário em NY há uns 10 anos atrás lá na mesma Bergdorf. Foi um pulseira de bolinhas de madeira com um pingente de evil eye, da Sydney Evans. A pulseira se foi, mas o evil eye eu consegui salvar e tenho usando bastante no pescoço. Ele é micro, tão lindo.
Então quando conheci as joias da Cocoon eu me apaixonei. Elas falam comigo de um jeito especial. Acho que compõem esse mix de jóias pequenininhas, effortless and chic que eu enxergava nessas marcas da Bergdorf e não achava aqui. Elas parecem que fazem você flutuar e adoro quando de repente reparo em alguma peça da Cocoon que eu to usando no meio do dia, tudo fica mais devagar...
"Nossas joias são um lembrete diário para celebrar a vida."
Acompanhei tudo desde o comecinho da marca em 2010 e ainda sou apaixonada pelas primeiras criações delas. São três sócias, a Karina que toca a produção e criação, a Andrea que cuida do marketing e financeiro e também cria junto com a Ká e a Vivi, que faz o comercial. A Karina é minha amiga e foi uma delícia conversar com ela sobre o dia a dia na Cocoon e conhecer mais sobre o processo criativo da marca. Enjoy!
Você sempre soube que iria trabalhar com alguma coisa criativa?
Sempre, desde de pequena gostei de criar, sem me importar muito com temas.
Como acabou definindo que era com jóias que queria trabalhar?
A mãe do meu primeiro namorado, Vera Serena, era joalheira e me apresentou a este universo. Foi amor à primeira vista. A partir daí comecei a desenhar e produzir minhas próprias peças.
Jóias sempre fizeram parte da sua vida? Como era a sua relação com as jóias da sua mãe, da sua família?
Sempre fizeram parte da minha vida. Por ser filha e neta temporona herdei bastante coisa da família. Algumas peças bem inusitadas e com bastante história.
Como é seu processo criativo? A Cocoon lança coleções pelo calendário tradicional?
Meu processo criativo pode começar em uma pedra ou em um tema. A partir daí sempre vamos atrás de referências, estas podem ser desde o movimento de uma roupa até uma gota d`agua. Depois, a Andrea, minha sócia, sempre monta um moodboard pra gente se inspirar ainda mais e respirar o tema. Finalmente vamos para os esboços, que são vários, brainstorm. E finalmente afunilamos as nossas idéias e chegamos nas peças finais, em torno de 5 a 8 por coleções. A Cocoon costuma fazer de 6 a 8 coleções por ano, procuramos sempre que possível inovar, não apenas nas datas tradicionais.
Vocês são em três sócias, como dividem os papéis de cada uma na sociedade?
Todas participam bastante nas diversas áreas. Mas basicamente eu toco a produção, Andrea financeiro e marketing e Vivi comercial. Quanto a parte de criação, Andrea e eu desenhamos juntas, mas a Vivi sempre traz a necessidade do comercial.
Empreender no Brasil não é fácil. Os obstáculos burocráticos e a mão-de-obra sempre são assuntos polêmicos no dia a dia de uma empresa. Em algum momento vocês se questionaram?
Sim realmente não é fácil, mas infelizmente é o que temos, portanto temos que nos enquadrar e lutar para as coisas melhorarem. Mas os obstáculos nunca nos impediram de nada.
O que te motiva a seguir em frente?
A paixão de sempre fazer algo mais belo e interessante e que possa ainda contribuir e alegrar cada vez mais pessoas. A joia alem da beleza e valor, tem um fator energético bem importante na vida das mulheres.
Onde querem chegar com a Cocoon?
Que ela continue sempre sendo uma joalheria que seja uma descoberta e experiência, independente de cliente antigo ou novo.
Como é a presença da Cocoon no digital?
Hoje estamos no Gallerist, é um mercado bem interessante e que ainda pode ser bastante explorado na joalheria.
Você abriu mão do carro e vive a vida de bike. Acho que esse estilo de vida mais slow reflete bastante nas jóias que cria. O que mais você incorporou na sua vida nesse sentido?
Talvez. Acho que quando você passa mais devagar pelas coisas e observar mais. No processo de criação isto significa mais referências e inspirações. Faço yoga, meditação, tenho horta em casa e sempre que tenho oportunidade gosto de estar bem próxima da natureza.
Como é um dia típico na sua vida?
Acordo, tomo um belo café da manha no jardim (sempre que possível), vou pra Cocoon, almoço com amigas e clientes e quando saio da Cocoon, vou para o yoga e depois volto pra casa pra cozinhar com o meu marido.
O que você diria para as meninas que estão começando?
Que façam com paixão o que optarem e que acreditem porquê ainda existe muita coisa linda e diferente para ser criada e desejada.