Turning Point: Ninguém conta que o "amor da vida" nem sempre ama a gente da mesma forma

TURNING POINT

Lolla-Ask Readers series feat. Julia Campos Moura, mais conhecida por seu perfil no instagram @economoda, Julia mora em São Paulo com seu filho pet Romeo, é economista, trabalha com e-commerce, e compartilha um pouco da sua vida pessoal e bom humor no instagram.  Eclética, Julia gosta de se aventurar na cozinha, beber um bom vinho (aprendeu em um curso de enologia), falar em podcasts,  bordar a mão, adora um Fitdance e não perde um episódio de BBB (guilty pleasures alert!). Welcome to Lolla, Ju! 

Existe vida após o divórcio, por Julia Moura

@economoda Hoje no Lolla vou contar sobre o meu turning point. Foi uma curva que eu não necessariamente escolhi, mas, aos poucos, vejo que foi muito importante na minha vida.Eu me relacionei com uma pessoa por 10 anos. Foi intenso, com a certeza de que tinha encontrado o amor da minha vida. Sentia e vivia isso, assim como compartilhava com todo mundo. Foram 8 anos de namoro mais 2 de casamento, em grande parte repletas de momentos felizes e amor.Acontece que ninguém me avisou que essa pessoa que você acredita ser o amor da sua vida pode não achar que você é o amor da vida dele. Ou ainda, que podem existir muitos amores da vida para fase diferentes da vida. E que, na verdade, o grande amor da sua vida é você mesmo. Pois é, várias descobertas!Voltando para a história, em determinado momento, o amor dele por mim acabou. Ou ao menos não era mais suficiente para manter um casamento. O divórcio veio da pior forma possível, com traição, mentiras, brigas e, de uma hora para a outra, aquela pessoa que sabia tudo sobre mim, que era meu companheiro de tudo para tudo na vida, desapareceu. Puff, do nada. Acabou. Fiquei sem saber para onde ir.Então entrei num processo de luto, como se realmente alguém tivesse morrido. De uma forma ou de outra, enterrei naquele momento muitos sonhos, um grande amor, relacionamentos, inclusive com amigos e familiares, além de dez anos de convivência — que naquele momento, eu só queria esquecer. Foi bem difícil.Me vi na seguinte situação:  solteira aos 32 anos, e amigas com filhos ou se casando e começando a construir uma família. Bateu um desespero: fazia tanto tempo que não ficava solteira que eu já nem sabia se conseguiria me envolver com alguém de novo. Foram vários domingos de "sofrência" sozinha na minha nova casa — habitada por mim e pelas plantas (hoje tem mais gente, rs)! E eu me perguntava onde tinha errado, me culpava. Questionava Deus o porquê de estar passando por tudo aquilo.Foi quando comecei a escrever e compartilhar minha história e fui trazendo mais leveza para esse processo. Ao me abrir sobre esse tema tão difícil, fui me despindo dos meus medos e me mostrando mais vulnerável. Não era mais um fracasso, mas um oportunidade de recomeçar do zero. E o mais legal foram as trocas, muita gente se identificou com minha história e me abrir no econo (apelido carinhoso do meu insta) me ajudou muito.Continuei meu processo de terapia, que já vivia desde a época do casamento e comecei a processar o luto. Vivi todas as fases de forma intensa: da tristeza, da revolta, do medo, até começar a me reconstruir.Foquei no trabalho e encontrei diversos grupos de amigas solteiras que amavam sair para dançar (sim, existe vida depois dos 30), entrei nos apps de paquera, tive dates interessantes — outros nem tanto (rs) — e realizei sonhos que tinha guardado na gaveta por não serem compartilhados com meu ex.Fui para Salvador no carnaval (uma das melhores experiências da minha vida), passei o ano novo em uma festa non stop de 5 dias no Nordeste, fui para Noronha com um date que tinha acabado de conhecer e, por fim, adotei o meu filho pet Romeo. No ritmo do carnaval da Bahia, lembro que compartilhei no meu insta a seguinte reflexão "estar com alguém e compartilhar decisões é demais, mas estar solteira e poder decidir exatamente cada passo seu é muito gostoso. To vivendo esses dias sob meu meu próprio roteiro, minha única e exclusiva vontade. E compartilho com vocês, ser solteira com mais maturidade, independência e se conhecendo muito bem é incrível".Encontrei luz e renovação nesses meus sonhos por tanto tempo guardados. Depois de um tempo nesse processo de luto, passei a relembrar os momentos que vivi com o meu ex de forma carinhosa e respeitosa. Refleti o porquê tínhamos terminado e me conectei comigo mesma. Foi um alívio. Comecei a me sentir mais madura, mais decidida e mais segura. Mais realista também, com uma cicatriz que amenizou, mas nunca se fechou por completo.Essa mesma cicatriz me lembrava da curva que a vida me fez passar e de como me recompus, reencontrando o meu caminho. Tive muito apoio e suporte de familiares e amigos, mas garanto que se você não conseguir se apoiar em si mesma, nada disso adianta. A grande responsabilidade é sua.Hoje, quase dois anos depois do fatídico término, me apaixonei novamente e namoro com uma pessoa incrível (sim, é possível!). Mas, a forma como me relaciono mudou completamente. Valorizo muito a gente como casal, mas valorizo mais ainda a mim mesma. Hoje, sei respeitar meus desejos, meus sonhos e sei onde quero chegar. E garanto que, para o nosso relacionamento dar certo, foi sorte a minha e a dele eu ter tido essa oportunidade "não planejada" de me conhecer de verdade. Afinal, o grande amor da sua vida tem de ser você mesma!

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