TGIF Reading List da Cami Cilento

O passar do tempo muitas vezes passa despercebido, entre dias e noites, minutos e horas, meses sem fim, de repente você pisca os olhos e o tempo simplesmente voou sem aviso prévio. Todo final de ano bate essa sensação louca de que o tempo passou na frente dos seus olhos e você nem se deu conta. Você olha as fotos dos seus filhos ou encontra algum filho de amigos depois de muito tempo e percebe o quanto o tempo correu. Ou encontra os seus avós depois de meses e percebe que mais linhas maravilhosas estão em seus rostos. E aí a passagem do tempo aparece, ali, evidente e sem pedir licença. Meu filho está aprendendo a falar e certas vezes ele descobre uma palavra nova, mas a pronuncia incorretamente por meses. O erro é tão adorável que aquece o coração toda vez que você ouve e melhor ainda você adota a pronúncia incorreta também. Até que um dia o seu pequeno chega em casa, sem cerimônias, todo dono de si e ao ouvir você chamar máquina de ‘maca’ te fala a seguinte máxima: “mamãe, ‘maca’ não! É MÁ-QUI-NA”. Nesse exato segundo você perde o chão e fica claro que aquele tempo passou e não vai mais voltar. Simples assim. O caminhão de lixo para na frente de casa e ele nem percebe mais, os óculos escuros não causam mais aquela reação hilária no espelho, e a ‘maca’ simplesmente não existe mais. O que ficam são as memórias e é por essa razão que entre dias não memoráveis e horas que passam sem você dar adeus, é importante a gente lembrar que não são os anos da nossa vida que contam, e sim a vida nos nossos anos.

1. “What happened to Amazon’s bookstore?”, David Streitfeld para o NY Times: Eu tenho uma relação de amor e ódio com a Amazon. Tem momentos que a praticidade faz a proposta da Amazon ser simplesmente irresistível: entregas rápidas no mesmo dia e a um preço simplesmente fora de série. E vide o quanto a empresa vale hoje em dia, uma quantidade astronômica de pessoas dividem esse amor comigo. Até que então eu me deparo com as falhas imperdoáveis desse modelo de negócio: tratamento injusto com sua força de trabalho, preços absolutamente fora de controle (o que justifica o hipoglós do meu filho custar o triplo no website?!?) e reviews de produtos claramente feitos por pessoas não reais. Esse artigo é mega relevante e interessante, recomendo demais pois o Amazon nesse momento é imenso para simplesmente ignorarmos os fatos.2. “I was adopted. I know the trauma it can inflict.”, Elizabeth Spiers para o NYTimes: Falar sobre adoção e sobre aborto é extremamente difícil, porque chegar a um consenso do que é o certo ou errado em ambos os casos é praticamente impossível e difícil de ser racionalizado. Ambos esbarram em nossos mais profundos pensamentos e sentimentos e experiencias e fé, e consigo ver verdades em ambos os lados. Dito isso, eu sou pró-escolha, e entendo que muitos não concordarão comigo, e apesar de entender as razões para o profundo desgosto que o que acredito pode causar em quem é pró-vida, só digo que eu consigo entender as razões da profunda discórdia. Com a decisão da suprema corte americana em relação ao direito ao aborto suspensa no ar, esse editorial da Elizabeth Spiers me deixou extremamente pensativa e acho que a leitura é indispensável.3. “Cutting a Banksy into 10,000 (digital) pieces”, Robin Pogrebin para o NY Times: em um mundo que a gente fala cada vez mais de moedas virtuais, roupas virtuais, pessoas virtuais e arte virtual, é praticamente uma obrigação para nós leigos tentarmos entender o que está acontecendo nesse novo mundo que está sendo criado diante dos nossos olhos. Eu acho que os meus avós devem ter tido exatamente esse choque quando os computadores e iPhones começaram a dominar as nossas vidas. E apesar da resistência inicial, acelera alguns anos e minhas avós trocaram a tv pelo IG Stories, trocaram as ligações discadas pelo FaceTime, e trocaram a fila do banco pelo app digital. Então se você não está entendendo nada e acha que Bitcoin e NFT são conceitos praticamente extraterrestres, lembrem do que deve ter sido para os nossos avós entenderem o que era a internet. Quando lembro disso, percebo como cada oportunidade para discutir o assunto, ler sobre ele, pesquisar sobre ele vão me ajudar a fechar esse buraco de conhecimento. Então aqui vai mais uma chance de aprender algo novo sobre o mundo digital: esse artigo conta sobre uma empresa nova chamada Particle, que pretende democratizar a arte por meio de ativos digitais.4. “The Guccis are really not happy about ‘House of Gucci’”, Vanessa Friedman para o NYTimes: há algumas semanas eu indiquei um artigo que falava sobre o lançamento do filme “Spencer” e lembro-me de ter escrito que a gente precisa sempre lembrar que ‘baseado em fatos reais’ não faz daquele trabalho uma verdade, e sim dá uma licença poética aos roteiristas e diretores para dramatizar uma versão de uma história. Então esse lembrete se torna mais uma vez essencial antes de nos rendermos à historia contada no mais novo filme com Lady Gaga e Adam Driver. Adorei a forma como a editora de moda do NY Times falou sobre o filme, não só comentando o descontentamento da familia Gucci com o enredo, como também nos lembrando de muitos pedaços da história que foram deixados de lado.5. “Cancel Mel Gibson”, Joshua Malina para a The Atlantic: retornando mais uma vez para indicar um artigo sobre a cultura do cancelamento. Eu acho que falamos muito sobre isso e acho que estamos no meio de um processo muito rápido de mudança dos padrões morais e éticos. Esse artigo fala sobre outra figura extremamente polêmica e que continua a ser celebrada em Hollywood. O artigo escrito pelo ator Joshua Malina (West Wing, Scandal, The Big Bang Theory) é mega bem escrito e coloca pontos muito relevantes em relação a industria do cinema e a cultura do cancelamento.

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