TGIF: Reading list da Cami Cilento

Semana que vem, um dos eventos que mais amo acontece: o Thanksgiving. Para mim ele representa a abertura de uma das épocas mais mágicas do ano e é uma celebração que para mim diz muito sobre familia e sobre cultivar momentos de qualidade com aqueles que você ama.
Uma das maiores virtudes desse feriado aqui é que na teoria ele não vem com nenhuma demanda consumista: o único pré requisito para curtir o Dia de Ações de Graça é chegar com apetite, afinal de contas será uma orgia alimentar. Porém, na prática o dia seguinte ao feriado também abre a temporada de caça ao presente perfeito com a “Black Friday”, uma liquidação sem tamanho que tomou uma proporção curiosa inclusive no Brasil.
Depois de muitos anos morando por aqui, eu tenho uma relação bem saudável, eu diria, com esses grandes eventos de compras: uso a oportunidade para comprar itens que precisamos muito e que estão com um desconto inquestionável (por exemplo compramos assim o nosso aspirador robô há uns 3 anos e alguns dos materiais da nossa cozinha no ano passado) e/ou para estocar alguns itens que usamos continuamente e que tem descontos progressivos nessa data. Mas tirando isso, no geral não compro mais nada.
Eu percebi que tanto eu quanto meu marido colocávamos uma pressão alta para presentearmos um ao outro no Natal com um item de custo relevante. Mas a verdade é que raramente acertávamos o desejo alheio e ambos esquecíamos o presente que deveria ser “top” antes mesmo da árvore de Natal voltar para a caixa. Até que no ano passado, no meio da pandemia, com mil restrições de orçamento tive a brilhante idéia de acabar com essa história de um mega presente. Decidimos a seguinte nova estratégia: comprei duas botas de Natal e a missão de cada um era preencher a bota um do outro à sua maneira com apenas $100. O mais importante era escolher um item ou uma porção de itens que marcassem aquele momento, que fossem úteis no futuro, que fizessem da noite especial e que a gente lembrasse depois. E assim nasceu uma nova tradição: foi tão divertido, gostoso e especial. Decidi contar essa história antes da Black Friday, para que vocês tenham tempo de realmente repensar essa data, se preparar para tomar decisões conscientes quando os descontos baterem a sua porta e para vocês chegarem ao final dessa temporada de bem com o cartão de crédito de vocês. Nesse espírito recomendo o último artigo dessa lista que é brilhante: 
 

1. The Cinderella Myth We Can’t Quit, Rhonda Garelick para NYTimes: a não ser que você more embaixo de uma pedra deve ter assistido ou pelo menos ouvido falar da série nova do Netflix “Maid”, que aborda as dificuldades da vida de uma jovem mãe que vive na linha da pobreza entre relacionamentos abusivos e milhares de obstáculos. A série conta com Margaret Qualley no papel principal: ela é filha da super estrela Andie MacDowell (que por sinal é sua mãe também na serie) e uma das mais novas embaixadoras da Chanel. Eu gostei muito desse artigo que aborda o mito da Cinderella e como ele é usado de diversas formas para criar narrativas femininas previsíveis e como esse mito é uma parte integral da formação de uma estrela hollywoodiana.

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2. “Body Shaming Dressed Up as a Fitness Goal Is Still Body Shaming”, Jane Coaston para NYTimes: Recentemente um grupo de atletas mulheres de elite deixaram o célebre time de corrida da Universidade do Oregon citando que as exigências em relação ao peso das atletas às colocavam em risco de desenvolverem distúrbios alimentares. Hoje que os efeitos mortais dos distúrbios alimentares são tão conhecidos, parece surreal que as pressões sob as atletas continuem e esse artigo aborda esse assunto e como essa pressão vem hoje disfarçada em termos mais “corretos”. Será que realmente vale tudo para correr mais rápido? 3. “Adele, Dressed for Power”, Vanessa Friedman para NYTimes: a Adele foi a estrela da semana por aqui, o seu especial “One Night Only”foi ao ar no começo da semana e junto com ele uma entrevista maravilhosa dirigida pela Oprah. Eu amo essa análise da Vanessa Friedman sobre a roupa escolhida pela a Adele na entrevista e como essas escolhas são feitas de forma a passar uma mensagem. A Família Real Britânica usa desse artificio com maestria e aqui a jornalista analisa como o terninho branco estonteante que ela usou ajuda a construir a sua mensagem.4. “Life after Nirvana”, Craig Jenkins para NYMag: eu amo o Nirvana e amo o Foo Fighters, e essa entrevista feita com o Dave Grohl está simplesmente imperdível para quem ama os dois grupos. Ele responde perguntas sobre os seus tempos como baterista do Nirvana, sobre seu relacionamento com o Kurt Cobain, sobre o seu renascimento com o Foo Fighters. Enfim, maravilhosa!5. “How to Buy Nothing New This Holiday Gifting Season”, Annaliese Griffin para o NYtimes: eu amei esse artigo sobre uma nova forma de pensar sobre como presentear. Achei mega atual e relevante e tem tudo a ver com o que eu acredito. Acho que um dos maiores aprendizados para mim durante a pandemia foi descobrir “joy” em lugares e coisas inesperadas e repensar a minha relação com o consumo. E essa autora escreve muito bem: nao é sobre cancelar o Natal e a tradição de se presentear, mas de redescobrir o que presentear significa. Em tempos para a próxima semana em que vamos ser bombardeados por um torpedo chamado “Black-Friday”.

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