TGIF: A lista de leitura da Camila Cilento
Eu sou tão alucinada por neve, que os meus colegas de escritório apelidaram todos os poucos dias branquinhos do calendário de “Camila’s type of day”. Basta o primeiro floco de neve cair que logo as mensagens com fotos e filmes começam a chegar no meu celular. Tenho a sorte de trabalhar em um prédio que tem uma vista simplesmente espetacular da cidade e ela fica ainda mais linda quando a neve começa a cair. Amo apreciar o silêncio raro que domina a cidade durante uma grande tempestade de inverno, que só é quebrado pelo caminhões que retiram a neve das ruas. Amo também observar a felicidade das crianças no caminho para o parque, munidas com seus “saucers” prontas para escorregar nos montes cobertos de neve. Enfim, passo o inverno inteiro monitorando o site da previsão do tempo e à espera da próxima tempestade. O único grande porém desse meu amor pelos flocos branquinhos é que na cidade onde moro não neva muitas vezes na temporada. Todos os invernos eu recebo mensagens desesperadas de pessoas que estão planejando as suas viagens para Nova Iorque e estão preocupadas com o que vão vestir quando nevar. Mas a verdade é que NYC recebe neve pouquíssimos dias em cada temporada, aquela cidade branquinha na manhã do natal é praticamente uma lenda urbana. Nos últimos cem anos, a cidade teve apenas cerca de 15 “white christmas”, sendo que a última vez em que nevou no dia do Natal foi em 2009. Ou seja, aquele grand finale do filme Esqueceram de Mim 2 em que o Central Park amanhece absolutamente coberto de neve na manhã do dia 25 de Dezembro é uma criação Hollywoodiana. Mas essa imagem estava tão gravada na minha mente que no meu primeiro ano aqui eu apostei com um colega de trabalho que teríamos um “white christmas”. Eu perdi… Mas não desisti, e desde 2016 seguimos com a aposta. “White Christmas” é uma definição oficial: precisa nevar ao menos 1 inch (ou 2.5cm) para um Natal ganhar a denominação. As minhas chances de ganhar são tão pequenas que após eu pagar alguns almoços para ele, a nossa definição evoluiu um pouco. Todo dia 26 de dezembro a gente abre o site da central metereológica do Central Park para checar se nevou no dia 25 de Dezembro: eu ganho em todas as vezes que tiver pelo menos um “T” na marcação, o que significa que tiveram ao menos traços de neve. Enfim… Acho que ganhei apenas uma vez graças ao “T”, mas sigo aqui sonhando com um “White Christmas”… Desejo a todos um Feliz Natal e Boas Festas!
- “Can we talk about ugly Christmas Sweaters?”, Vanessa Friedman para o NYTimes: essa coluna ótima da editora de Moda do NYTimes fala sobre uma das minhas tradições favoritas de Natal: os “ugly Christmas sweaters” (malhas com motivos natalinos e que por razões absolutamente subjetivas foram renomeados nona cultura pop como malhas feias). A jornalista responde uma pergunta de um leitor com maestria.
- “What does it mean to be fully vaccinated against COVID-19?”, Alyssa Lukpat para NYTimes: com o avanço das novas variantes do vírus essa é uma pergunta hiper pertinente. Se tem uma coisa que está mais do que comprovada é que vacinas salvam vidas, vide os números recentes de mortes devido a Ômicron: apesar dos números de casos terem subido vertiginosamente e com uma velocidade impressionante, o mesmo não aconteceu com o número de hospitalizações e de mortes.
- “A Message From Britain on Using Rapid Tests”, Alan McNally para o NYTimes: outro artigo sobre a pandemia e que achei super importante foi esse sobre os Testes Rápidos e sobre o que um Negativo em um desses testes realmente significa. Com a propagação dos mesmos, é essencial saber usá-los da maneira correta e entender o que os seus resultados indicam.
- “Parenting in 2021? ‘Not Great, Bob!’”, Jessica Grose para NYTimes: tem uma frase desse artigo que ficou gravada na minha memória para sempre e que diz mais ou menos o seguinte “a gente passa tempo demais nos preocupando com o que os nossos filhos deveriam estar fazendo, ao invés de pensar no que eles gostariam de estar fazendo”. Adorei esse texto e achei ele super interessante não só sobre a educação dos nossos filhos, mas também como nós mesmos alocamos o nosso tempo.
- “The promises Martha Stewart made - and why we wanted to believe them”, Joan Didion para a The New Yorker: ontem o mundo perdeu mais uma grande escritora, a Joan Didion. Autora de algumas das crônicas mais sensacionais e de um dos livros que mais amo “Slouching towards Bethlehem”. No ano 2000 ela publicou esse artigo sobre a Martha Stewart aonde ela analisa o impacto cultural que a rainha das donas de casa teve em uma geração inteira.