Teriam as Mulheres "Jeito de Quem Toma Cerveja"? Ou Vinho? An Investigation
Um dia desses estava fazendo um call com a Rosa. Por sinal, nossos calls sempre começam por algum motivo específico, extremamente focado e com a intenção de ser asap e, quando nos damos conta, já passamos por 1001 assuntos aleatórios, exceto o que tínhamos planejado falar. Nesse dia, especificamente, estávamos comentando sobre drinks, vinho, bebidas alcóolicas no geral e nossas preferências – tanto das bebidas em si, quanto da ocasião + companhia, ou até mesmo no company at all, it’s up to you – quando surgiu um leve incômodo/questionamento. Se você é do vinho, pode beber cerveja? Ou se você é da cerveja, pode beber vinho? Ou gin? Ou whisky? Ou qualquer outra coisa?Wait, não entenderam nada? Vou explicar. Ao contrário de uma amiga da minha mãe, que demorou quase um mês para marcar um mísero exame apenas porque não conseguia ficar sem sua tacinha de vinho de todas as noites, eu nunca fui de beber muito. Na verdade, eu sou a consumidora de álcool mais econômica que vocês vão conhecer. Uma taça de vinho, uma latinha de cerveja, uma dose de gin. Seja a bebida que for, essa quantidade já me leva para outro lado do planeta e começo a rir sozinha. Um copo, para mim, é a medida ideal e minha noite está feita. Isso não quer dizer que eu não tenha passado desse um copo algumas – ou várias vezes.Vejam, também não é porque “me contento com pouco” ou porque eu não goste de beber. A questão é que o todo, para mim, conta muito mais. Aproveitar o momento, curtir a companhia, saborear a bebida. Ah, outro ponto: sou zero a pessoa que bebe só para ficar bêbada. Bebo porque gosto do sabor. Do contrário, viraria remédio, né? Mas porque falei tudo isso, mesmo? Lembrei. Já passei por algumas situações que me deixaram bem chateada e até um pouco constrangida. O que mais tenho costume de beber é vinho e gin – quando encontro um bom Carajillo, vou nele direto, mas é algo bem esporádico. Anyway, fui uma vez em um aniversário de uma amiga, num bar à tarde. Estava esse calor infernal que só o Brasil tem e cheguei seca por uma cerveja bem gelada. Virei praticamente em um gole só, de tanta vontade que eu estava e, quando terminei, uma conhecida que estava sentada na minha frente, me olhava surpresa: Nossa Bia, você bebendo cerveja? – Ué, sim.Depois desse comentário, comecei a pensar. Já ouvi de algumas pessoas a seguinte frase: “Antes de te conhecer eu tinha certeza de que você era super fresca, sabia?”. Talvez, por causa desse estereótipo que as vezes projetam em mim, essa conhecida tenha se surpreendido ao me ver devorar aquela cerveja em 30 segundos. Ainda assim não entendo. Mesmo que eu fosse fresca –adjetivo esse que nem sei interpretar muito bem, afinal, o que é ser fresca para você? rs – não poderia tomar cerveja no almoço e vinho a noite? Cerveja não é bebida de gente fresca? Para mim, é tudo álcool do mesmo jeito...Será que temos que pertencer a algum grupo específico, até em relação ao que gostamos de beber? Ou se eu comento que amo beber vinho, essa é a única bebida que posso tomar for the rest of my life? Come on, para início de conversa, sou libriana e minha cabeça muda de opinião algumas vezes, assim como minhas vontades. Eu não entendo até onde está o problema nisso. É como dizer que tenho um estilo X. Gente, tem dias que eu acordo a própria Wednesday Addams, querendo sair inteira de preto, assim como tem dias em que saio parecendo um saco de jujuba, toda colorida. Não tem regra, não tem por que ter regra. Se te faz feliz, se satisfaz suas vontades, go for it! Com moderação, claro.That being said, vou lá pegar minha tacinha de vinho. Cheers!