Não sei dizer quantas vezes esse livro “viajou na minha mala” nos últimos meses! Eu o comprei para as férias de janeiro e, por algum motivo, nunca foi a minha primeira opção no momento de escolher uma nova leitura. Finalmente resolvi pegar ele e foi uma ótima surpresa – leve, apesar do enredo – e fluido, li inteirinho em 2 voos curtos.
Suíte Tóquio, é uma trama que intercala dois pontos de vista sob uma mesma situação. Uma luta entre classes: de um lado a babá Maju e do outro lado a sua contratante e mãe da criança, Fernanda. A tensão é dada logo no início da narrativa, com o sequestro da menina Cora, que por hora parece apenas uma aventura, e logo é tomado por muitos transtornos e conflitos.
A realidade é que as protagonistas representam lados opostos, uma cheia de privilégios e a outra a ausência total deles. Fernanda, por sua vez é a mulher que tem tudo – o dinheiro, a filha, o marido, e a carreira – e aparentemente não dá valor ao que tem. Maju, carente em suas relações, dependente financeiramente do emprego e presa a sua rotina quase escravizada.
A grande chave do romance é a ausência de um tom moralista sob as personagens, em nenhum momento julgamos a Fernanda por suas escolhas ou Maju pela loucura cometida quando resolve raptar Cora. Em muitos momentos, me encontrei torcendo por ambas, ansiosa para o desfecho da estória.