Mulheres que inspiram: Claudia Andujar e sua obra sobre a luta Yanomami.

Eu sempre gostei muito de arte, de frequentar museus e galerias onde moro e em todos os lugares que visito. Para mim arte é inspiração, é a atividade humana ligada às emoções e aos ideais, sem dúvidas a arte é um portal para estimular interesses e a própria consciência, e Claudia (assim, íntima mesmo, pois sou muito fã) me desperta exatamente isso, consciência social.É impossível entender o conceito de sua obra sem conhecer a sua história, Claudia Andujar é uma fotografa suíça, naturalizada brasileira, que se dedica à causa Yanomami desde a década de 1970. Após uma viagem para Amazônia em 1971, Claudia decidiu sair de São Paulo e se aprofundar no entendimento da cultura indígena. Em 1978, após ser enquadrada na lei de Segurança Nacional pelo governo militar e ser expulsa do território indígena, ela resolveu retornar para São Paulo e organizar um grupo de estudos em defesa da criação de uma área indígena Yanomami, o Pró-Yanomami. Dentre as ações do grupo, estão denúncias contra ameaças à sobrevivência dos índios em consequência do contato com os brancos. Desde então, deu-se início também a uma militância pela demarcação da terra indígena Yanomami, que ocorreu em 1992.Não seria possível descrever aqui de forma simples todo trabalho que Claudia fez por esse povo, mas se não fosse por sua atuação, possivelmente os Yanomamis não teriam voz, nem acesso à saúde e dignidade.Conheci a história deste povo após uma visita a Inhotim em 2015, onde a obra de Cláudia fica exposta em uma galeria exclusiva e permanente. Em 2019, tive o prazer de rever o seu trabalho ao visitar uma exposição no IMS – Instituto Moreira Salles, em São Paulo – onde existiam além das fotografias, um acervo, com livros e documentos sobre sua trajetória, e um novo formato  da instalação “Genôcidio do Yanomami: morte do Brasil 1989/2018”, um manifesto audiovisual em 16 telas, que apresentaram uma retrospectiva do trabalho de Claudia entre 1972 e 1984.O que me encanta em toda sua obra, é a forma espontânea com que sua militância se junta à arte de uma forma homogênea e intrigante. As obras trazem um ar muito intimista e sensível da vida desse povo, os rituais xamânicos, as mulheres com suas crianças, a beleza dos corpos das mulheres grávidas e amamentando além da liberdade dos corpos nus.Espero que gostem de alguns dos meus registros preferidos das obras dessa mulher que me inspira tanto.

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