Lolla asks: Suas últimas compras de beleza foram de maquiagem ou de skincare?

Pense nas cestinhas (reais ou virtuais) que você recentemente recheou com produtos de beleza, e me responda: elas continham mais maquiagens ou mais itens de skincare? Baseada no gosto pessoal desta beauty junkie que vos escreve; na minha observação diária dos gostos e tendências do mundo da beleza por meio do feed do Cherry Gloss; e nessa reportagem da Vogue Business, me arrisco a chutar que pelo menos 80% das respostas dessa pergunta seriam: skincare!

Fato é que recentemente, os grandes grupos mundiais de beleza como a L’Oreal e a Estée Lauder, tem amargado um declínio nas vendas de suas maquiagens nos EUA, e a reportagem da Vogue credita essa queda a 2 fatores principais: o grande crescimento do setor de skincare, e o aumento de interesse dos consumidores, sobretudo Millenials e gen z’s, por marcas de beleza independentes e naturais.

Nos últimos 10 anos houve um verdadeiro boom no mundo da maquiagem, influenciado sobretudo pelas redes sociais: milhares de tutoriais, profissionais e amadores, pipocaram no Youtube, e fotos com looks super elaboradas bombaram no Instagram, o que acabou levando ao surgimento de novas marcas criadas por celebridades que colecionam milhões de seguidores nas redes, como Rihanna (com a Fenty Beauty), Kylie Jenner (com a Kylie Cosmetics) e Kim Kardashian (com a KKW Beauty). Esses fatores influenciaram toda uma geração de jovens consumidores a se sentirem mais à vontade para aplicar e experimentar com a maquiagem, levando a uma expansão mundial do setor, que chegou em 2019 ultrapassando os 500 bilhões de dólares em valor. Porém, como acontece com todos os bens de consumo, essa expansão está dando sinais de já ter atingido seu pico, e agora entra em uma fase de declínio, conforme afirmou Jean-Paul Agon, chairman da L’Oreal, em uma recente entrevista para a CNBC.

Lembra daquele lema “Skin first, Makeup second”, que a antenadíssima Glossier adotou lá no seu lançamento, em 2014, e que foi tema desse post que escrevi para o The Lolla? Pois é, ele já apontava para uma nova direção do mercado de beleza: a clara constatação de que, quanto mais e melhor você cuida da sua pele, menos você acaba precisando/querendo usar maquiagem. E isso tem tudo a ver com o momento “mais pele e brilho natural, menos reboco” em que estamos vivendo, e que também comentei aqui.

Outro fator que o artigo da Vogue Business responsabiliza pela a redução nas vendas de grandes grupos como L’Oreal e Estée Lauder, tem a ver com o aumento de interesse, por parte dos consumidores mais jovens, nas chamadas indie brands, que trazem valores como sustentabilidade e inclusão para o mundo da beleza. Aqui no Brasil, esse fenômeno pode ser percebido em marcas como a Salvve, que “quebra a internet” a cada lançamento de produto, e o Laces, que criou uma bem sucedida alternativa eco friendly aos velhos e barulhentos salões de beleza. Essas empresas estão trazendo novas e bem-vindas discussões para o mercado, e propondo um novo modelo de vender e falar sobre beleza. Nesse campo, sou particularmente fã de iniciativas lideradas por mulheres independentes, que tiveram a coragem de largar carreiras estáveis e bem sucedidas para se aventurarem no louco mundo do empreendedorismo brasileiro. Tive o prazer de conhecer pessoalmente três dessas verdadeiras #girlbosses, das quais virei fã: a Manu Borges da Shower Plant; a Bia Tardin da Be Plus; e Raquel Boteon, da Labot Green Cosmetics. Marcas com propostas e produtos completamente diferentes, mas com uma coisa em comum: uma fundadora com aquele inconfundível brilho nos olhos de quem ama o que faz, e que bota o coração em cada fórmula, cada ingrediente e cada embalagem que coloca à venda. No meu próximo post, vou contar mais um pouquinho sobre a trajetória de cada uma delas – stay tuned!

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