Interview: Jewelry Designer, Jessica Kattan
Diria que as joias da designer Jessica Kattan são moody, tem uma opção para quando você acorda mais fun, glamourosa ou minimalista. Mãe de dois meninos, Jessica virou joalheira procurando flexibilidade e equilibro entre o trabalho e a maternidade depois que eles nasceram, como tantas outras empreendedoras que eu já entrevistei aqui para o lolla e como eu também. Mas acho que no caso dela foi como um encontro com o proprio DNA, a marca e a infância da Jessica são carregadas de referências do mundo das joias. Nosso papo foi uma delicia e a Jessica um encontro especial do Lolla.
To the interview! Enjoy!
Q. Welcome Jessica! To animada para conhecer mais sobre você e a sua marca de joias. Vamos começar antes de você virar jewerly designer. Seu avô tem uma super importância na historia da sua marca, como era sua relação com ele? Chegaram a conviver?
Eu acredito que nada é por acaso, tudo tem uma razão para ser e acontecer. E assim foi como ocorreu com a minha marca de joias. Quando eu parei de advogar para construir minha marca de joias, sabia que o nome tinha que ser algo que contasse a minha história. Foi assim que lembrei que meu avô José havia deixado para minha mãe um lindo relógio em ouro rosé, que tem gravado na pulseira um brasão com as iniciais JK.
Não tive dúvida que era o momento, de eu, como neta, fazer uma homenagem a meu querido avô, já que após que casei minhas iniciais eram as mesmas que meu avô, JK. Meu avô era um guerreiro, imigrante no Brasil, fugiu da Romênia para Israel, com sua família, quando os comunistas a invadiram durante a segunda guerra mundial.
Lá mandou fazer esse relógio, era muito normal naquela época de incertezas as pessoas mandarem fazer joias, pois caso precisassem fugir vendiam suas joias. Anos mais tarde, veio para o Brasil para construir sua família e história. Meu avô era a pessoa mais alegre que já conheci, sempre de bem com a vida, tinha um abraço do tamanho do mundo e uma risada larga. Era uma pessoa muito querida por todos e sempre unia a família.
Q. E veio do relógio o logo da sua marca?
Quando penso em joias, penso em algo eterno e duradouro, que foi comprado ou ganhado em algum momento importante da vida de alguém. E assim como o relógio do meu avô, quando essa joia for levada adiante terá sempre uma história para contar com ela, eternizando e transcendendo gerações.
Por isso, fiz essa homenagem. O logo com as iniciais JK foi herdada do brasão do nome do meu avô, gravado na pulseira do tal relógio. Perpetuando o símbolo, a tradição e mantendo os valores de perfeição, alta qualidade e pessoalidade, que são essenciais na minha marca.
Q. E como foi que você se descobriu designer de joias? Você sempre gostou, sempre usou?
Acredito que a marca Jessica Kattan cresceu junto comigo. Acompanhei de telespectadora meu pai que atuou por mais de duas décadas nesse mercado como executivo de uma grande joalheria. Eu respirei alta joalheria a minha vida toda.
Lembro de pequena, indo visitar a fábrica onde eram feitas as joias, falava com ourives e ficava encantada com as gemas espalhadas nas bancadas de trabalho. Acompanhava os shootings produzidos com modelos como Kate Moss, a elaboração de catálogos e o lançamento de coleções com Costanza Pascolato e Carlinhos Brown. Em viagens, lembro do meu pai admirado com as vitrines de grandes joalherias, que sempre acabava com uma visita na loja. Como brilhava!!
Essa proximidade, o conhecimento dos bastidores, as viagens e a paixão pelos diferentes designs de joias fizeram com que eu trocasse a advocacia criminal para embarcar nesse universo.
Q. Qual joia você usa todos os dias? É do tipo que troca de brinco ou fica com o mesmo por dias até enjoar?
Acredito que o estilo Jessica Kattan se desdobra em mil. Cada dia, dependendo dos meus compromissos, do tempo, do meu humor tenho uma vontade de me vestir diferente. E assim, a joia que escolho acompanha esse meu mood. A única joia que não tiro é a pulseira que o meu filho Eli ganhou da minha avó e que era do meu avô José. Faz com que ele esteja comigo todos os dias.
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Q. Conta um pouco sobre seu processo de criação? Como cria uma coleção?
Cada coleção tem uma história única e é criada a partir de lembranças, viagens, histórias, museus, arquitetura e paisagens por onde passei. De algo que um dia olhei, ficou guardado em mim e hoje gostaria de transmitir às pessoas. Meu trabalho é carregado de paixão, que transformo em anéis, brincos, pulseiras e colares.
As joias que faço trazem o estilo vintage-retrô, compostos em ouro amarelo, branco ou antique, gemas coradas e diamantes. Confecciono cada peça manualmente, seleciono a cor do ouro e a escolha das gemas coradas é pessoalmente acompanhada por mim. Cuido de cada criação com a mesma atenção que dedico a pessoas queridas.
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Q. Qual a sua parte preferida do processo?
Com certeza a escolha das gemas coradas (“pedras preciosas”)! Muitas vezes meu processo de criação começa unindo as pedras, seus formatos e cores até que o resultado seja perfeito.
Acredito muito na energia que as pedras passam e quando começo a desenvolver uma coleção, a força e energia das pedras direcionam as minhas escolhas. Com certeza, a cor, o formato da pedra e o design da joia é influenciado pelo meu state of mind daquele momento.
Q. Qual foi a peça mais especial que você já fez?
A joia mais especial que já fiz foi a que usei no dia do meu casamento, um par de brincos de flor de diamante que ganhei dos meus avós, com o miolo solitário que ganhei dos meus pais.
Quando eu fiz 20 anos ganhei dos meus pais um par de brinco solitário. Lembro até hoje, eu estava fazendo um curso de direito na Sorbonne em Paris e eles vieram me visitar. Fomos almoçar no L’Avenue e eles tinham trazido de Israel (onde tem os melhores diamanteiros) esse presente para mim.
Quando me casei, meus avós paternos queriam me presentear com uma joia. Eu ainda não tinha minha marca, mas desenvolvi uma flor de diamantes e esmeralda que se encaixa no solitário que meus pais me deram. Joia para mim é isso, é a história contada em formato de gemas preciosas e diamantes.
Q. Em tempos normais, como é um dia típico na sua vida? Entre a marca e os meninos?
Quando resolvi que não advogaria mais, um dos motivos que me levou a fazer isso foi a possibilidade de poder estar mais com a minha família, assim poderia flexibilizar meus horários.
O Eli nasceu em 2018, 1 ano após eu iniciar a marca Jessica Kattan. E o José no final de 2019. Levar e buscar meu mais velho na escola é sagrado. Aproveito para encaixar minhas reuniões enquanto ele está na escola ou à tarde quando os dois estão dormindo.
Entre fraldas, escola e supermercado, procuro novas tendências, visito fornecedores, faço reunião com minha equipe de criação de conteúdo e desenvolvo as coleções novas. Esse mix que me move hoje em dia.
Q. E como você mantem a criatividade fresh?
Sempre amei viajar, conhecer novas culturas, museus, arquitetura e arte! Porém agora, por causa da pandemia, confesso que passo horas do meu tempo que não estou com os boys olhando tendências no instagram e pinterest. O seu “banco de dados” de referências de decor, de lugares, de alta joalheria é um mundo sem fim. Amo procurar no Pinterest “vintage jewelry”, são muito inspiracionais. Me faz lembrar as lindas vitrines que olhava nas viagens que fazia com os meus pais, como as da Rodeo Drive, 5th Avenue e St Honoré.
Amo olhar as tendências de moda do Net a Porter e Moda Operandi e alguns Instagrams que me inspiram: @archdigest, @aerin, @degournay
Q. Você tem algum ritual para unwind quando chega em casa?
Sou viciada nas velas da Jo Malone. Toda tarde eu acendo algumas velas pela sala da minha casa. O aroma das velas traz paz para o ambiente e me ajuda a dar um slowdown da correria do dia.
Q. A última coisa que você comprou?
Eu sempre amei decor! Na quarentena por estar muito tempo em casa, estou viciada em acessórios de decor e de mesa de jantar! Minha última aquisição foi o jogo de talheres de bambu com banho de ouro da Tania Bulhões. Estou louca para fazer um jantar para meus amigos e poder estreá-los.
Q. O que anda lendo?
Adorei o livro “Simples Assim, da Martha Medeiros”. Mas confesso que agora, estou com pouco tempo para me dedicar à leitura. Como meus filhos estão sem aula, aproveitei para ficar a maior parte do tempo com eles. E no meu tempo livre poder trabalhar.
Mas comprei alguns livros de decor da nova coleção da Assouline: Palm Beach, Capri Dolce Vita e Aspen Style. Assim, consigo viajar e sonhar sem sair de casa.
Q. Uma receita que você já fez na quarentena?
Descobri que amo cozinhar, e ainda mais se for um doce. O bolo de milho com calda de leite condensado da Isabella Suplicy é surrealmente delicioso. Ainda mais quentinho com um bom café passado. A receita está no IGTV, na página do instagram dela.
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