Quem se Deixa Levar Pelo Papo da Vendedora na Hora de uma Comprinha?

Apesar de me considerar uma pessoa determinada e decidida em vários aspectos da minha vida, não posso negar que, às vezes, minha alma de libriana indecisa aflora e me torno o ser humano mais influenciável que vocês vão conhecer na face da terra.

Posso jurar de pés juntos que minha cor preferida é o verde até me aparecer alguém com o azul. Qual minha nova cor preferida? O verde-azulado, é claro, se não o próprio azul. Toda essa indecisão me levou então a refletir um pouco, principalmente em relação a.... compras!! Vou contar um episódio para vocês e sugiro que pensem se o mesmo acontece.

Dia desses acordei, tomei café, vesti meu jeans preferido e coloquei meu all star branc...pera. Não coloquei all star coisa nenhuma. Quando fui ver, estava furado. Mas furado mesmo, daqueles que no inverno o mindinho sai para fora e morre congelado, coitado. Precisava de um novo. Fui ao shopping no final de semana, era um Sábado de manhã e, saindo dali, ia direto para a casa da minha avó almoçar, então não tinha muito tempo (minha avó almoça cedo, se passar da 12:30 já vira lanche da tarde). Cheguei na loja, pedi um all star branco tamanho 37 para a vendedora e fui me dirigindo ao caixa para pagar. No segundo em que saquei meu cartão, escuto: Tem certeza que vai levar só o branco?

Retruquei: Tenho sim, o meu antigo furou, então só vim repor mesmo porque uso muito. Lá vem ela de novo: Certeza absoluta? Estamos com uma coleção nova plataforma, olha esse caramelo que lindo! - Estava o tempo inteiro olhando para baixo para não perder o foco, até que cometi o tremendo erro de olhar para cima e dar de cara com o bendito tênis plataforma caramelo. Já era. Guardei meu cartão de volta e sentei para provar. Se olhar não tira pedaço, provar também não tira cartão da bolsa e se passa sozinho! Quando coloquei no pé, veio outra vendedora: Nossa, ficou incrível! Essa cor combinou super com você!

Adivinhem? Levei o branco, para repor meu antigo, mas também levei o caramelo...Porquê, ó vida? Foi chegando em casa que me peguei pensando: O quão influenciáveis somos na hora da compra? Eu, como podem ver, 100%. Não vou generalizar, afinal, uma das minhas melhores amigas é extremamente centrada e decidida, chega até a se irritar com vendedoras insistentes tentando desviá-la do planejado, mas acho que por eu ser muito comunicativa, acabo dando espaço para ser levada pelo mal caminho. No episódio do tênis, dei sorte, não foi uma compra ruim. Realmente, o foco era levar apenas o que precisava, mas acabou que uso os dois com a mesma frequência e o caramelo de fato da uma alegrada no look. Porém, nem sempre é assim. Além de corrermos o risco de gastarmos mais do que devíamos, também tem a questão de comprarmos coisas que, no calor do momento, pareciam ter tudo a ver com quem somos, mas, na verdade, não tem nada e acabam ficando paradas no nosso armário.

Creio que o segredo seja sempre o equilíbrio. Tem vezes que seguir o planejado é realmente a melhor opção. Focar no que precisamos, no que gostamos de verdade e nos identificamos, mas, pegando a deixa do texto da Helena Vilela aqui no Lolla em que ela fala de peças que te tragam alegria, da série da Marie Kondo, acredito que esse conceito também sirva para peças novas, e não tem problema algum em comprar algo inusitado ou inesperado, mas que você entrou na loja, bateu o olho e pimba! “Sparks Joy!”

Previous
Previous

Interview: Um Papo com a Arquiteta e Designer Roberta Sá Faustini. Design, joias e filhos.

Next
Next

Five Things: por Helena Vilela Depois de um Ano em Boston.