Guilty pleasure: Eu amo acompanhar crimes bizarros.
Dirty John, da Netflix
Fa fa fa fa fa fa fa fa fa fa. Não, eu não sou gaga e nem engasguei enquanto escrevia esse texto. Brincadeiras à parte, tenho certeza de que grande parte de vocês já ouviu essa música (Psycho Killer, da banda Talking Heads) e a lenda que ela carrega. Um crime bizarro, de um assassino em série que ligava ininterruptamente para uma mulher e pronunciava apenas essas sílabas. Acabou que a ligação vinha de dentro da própria casa da vítima e terminou em um final trágico de arrepiar até os pelos da sobrancelha. Engraçado que, por mais que eu deteste falar sobre assuntos pesados como esses e ser mais medrosa do que muita criança por aí, existem alguns crimes e histórias específicas que eu simplesmente amo acompanhar. Meu preferido do momento? Dirty John! Virou série recentemente na Netflix e eu estou chocada até agora.
Ao contrário do que dizem ter ocorrido com a música do início do texto (não sabemos se a história é verídica ou não), a série é baseada em fatos reais, com direito a entrevistas com a vítima e sua família rodando pela internet, o que torna tudo ainda mais assustador e intrigante. Mas afinal, o que realmente aconteceu e porque me cativou tanto? Vamos lá:
Falando bem resumidamente, a série narra a história de uma designer de interiores bem-sucedida, que conhece John em um aplicativo de paquera. Charmoso, sedutor e confiante, a designer logo cai no papinho furado do “tinderelo” e se joga de cabeça nesse relacionamento que, um pouco mais tarde, revela-se abusivo e ameaçador. John, na verdade, não passa de um mentiroso extorquista que não mede esforços quando a questão é dinheiro. No começo do ano, quando assisti aos 8 intensos episódios, lembro de não conseguir ver mais de 2 por dia de tão angustiada que ficava. Ia dormir pensando: como essa mulher pode ser tão inocente de cair nessa conversa? É um mix de emoções que mexe com o psicológico de qualquer um e talvez seja por esse motivo que eu tenha gostando tanto de acompanhar essa maluquice.
Por mais indignada que eu tenha ficado com as tomadas de decisões erradas sequenciais da personagem e por ela não enxergar o elefante rosa gigantesco no meio da sala, quem sou eu para julgá-la? Sou o tipo de pessoa que se você me falar com afinco e olhando no fundo dos meus olhos que foi mordido por um tubarão branco na piscina infantil do seu prédio, eu não só vou acreditar como ainda vou repassar sua história de sobrevivência para todo mundo que eu conheço. A questão é que John Meehan, o real vilão de tudo isso, não só falava com afinco, ele seduzia e manipulava com tanta segurança que seu histórico de vítimas vai muito além do que retratam na série. E mais, vamos combinar que quando tem sentimento envolvido, aí é tiro e queda. Quando estou apaixonada parece que meu cérebro se reduz ao tamanho de uma ervilha, então novamente, quem sou eu para julgar?
Que sirva de aprendizado, de lição, e que todos os John Meehans que existem por aí mantenham-se bem longe de todas nós. Porém, uma coisa não podemos negar: a história é triste? Sim. É trágica? E como. Mas te garanto que vai te entreter do começo ao fim.
Me contem, quem mais aí adora acompanhar crimes cabeludos como esse?