Dinheiro é liberdade. Como não acabar como a Carrie gastando tudo em sapatos.
Há uns dois anos resolvi me questionar e reavaliar a minha relação com o dinheiro. Estava incomodada com meus gastos e queria voltar a investir – não só pela segurança financeira, mas pelo prazer de ver o dinheiro render. Eu já tinha participado de um clube de investimentos para mulheres e lembro que a sensação de ver meu dinheiro crescer era tão, mas tão boa, que deixava facilmente de comprar um sapato lindo só pelo prazer de transferir aquele valor para minha aplicação financeira.
Como já comentei nesse outro texto, procurei um curso de finanças para mulheres. Achei que basicamente aprenderia a fazer minha gestão financeira, mas a parte introdutória mexeu muito comigo: avaliamos as nossas crenças em relação ao dinheiro. Lembro que fiquei chocada por tomar consciência de quantas crenças limitantes eu tinha e de como isso estava bloqueando tudo: uma gestão mais eficiente, um futuro mais promissor e até minha prosperidade – sim, o dinheiro é uma energia, com a qual precisamos aprender a lidar da melhor forma.
Esses dias li uma matéria que falava sobre as escolas que estão investindo em aulas de educação financeira para seus alunos, ensinando-os a lidar de forma lúdica e prazerosa com o dinheiro. Mais um choque: como isso até hoje não era ensinado? Como não fomos estimulados a questionar nossa relação, nossos comportamentos e nossa visão em relação a um tema tão relevante e prioritário na vida?
Conversando com algumas amigas, é fácil perceber que há um estigma geral de que a única solução para melhorar nossa saúde financeira é ser melhor remunerada. É claro que esse é um ponto importante, mas essa está longe de ser a única saída. Existem várias possibilidades que podem nos ajudar a ter uma relação mais saudável, consciente e feliz com o dinheiro. E por que devemos nos preocupar com isso? Simples: dinheiro traz, sim, felicidade! E ainda melhor: traz liberdade.
Analisar ganhos e gastar menos do que ganhamos, não fazer dívidas que não sejam essenciais, consumir de forma consciente e poupar para investir de forma constante – todas essas atitudes são importantes na criação de uma reserva financeira. A ideia é pensar no que o dinheiro pode fazer por você e, definitivamente, colocá-lo para trabalhar nesse sentido, não só acumulando-o como multiplicando-o. Aliás, ainda existem pessoas com crenças limitantes como a que nos ensinou que “dinheiro é sujo”, por exemplo, e que guardá-lo seria algo negativo. Só para você ter ideia, nos Estados Unidos 70% das pessoas com mais de 30 anos investem em ações.
Mas como começar? Essa pergunta não pode ser mais uma desculpa nos dias atuais. Há inúmeras fontes de informação para leigos; há investimentos a partir de R$ 30/mês. O Lolla já fez um talk sobre esse tema com uma especialista. Aliás, aqui outra crença limitante comum: a de que só é possível investir quando se tem muito dinheiro disponível. Em uma passada rápida por perfis renomados na internet, como o Me Poupe, da Nath Arcuri, já é possível sair da inércia e começar.
Outro ponto importante é entender que dívidas são exterminadoras de liberdade e, justamente por isso, precisam de muita análise antes de serem adquiridas. A própria compra via cartão de crédito é uma dívida muito comum e que, infelizmente, é uma das que mais cresce no Brasil.
O equilíbrio, como sempre, parece ser a alternativa mais sensata: consumo, patrimônio e investimentos precisam estar balanceados. Quando isso acontecer, a sensação de liberdade será incrível! Independência financeira traz liberdade não só em relação ao dinheiro, mas principalmente permite fazer escolhas em vários aspectos da vida.