Bom o Bastante: Como que eu faço o meu TEMPO render tanto?
Nessa semana eu me peguei divagando sobre esse assunto quando uma amiga me perguntou como que eu fazia o meu tempo render tanto. Não era a primeira vez que me faziam essa pergunta, e também não foi a primeira vez em que eu fiquei devendo uma resposta decente. Eu não sei de quem eu escutei que o tempo é um dos recursos mais democráticos do universo: à meia noite como num passe de mágica todos nós recebemos as mesmas 24 horas de presente, nenhum minuto a mais nem a menos. Então porque raios parece que os dias rendem mais para uns do que para outros? Qual é a fórmula que eu uso para fazer tanta coisa caber nesse tempo tão democrático quanto escasso?Foi então que me deparei com um artigo muito interessante (e que vou dividir aqui) e que finalmente me trouxe a resposta que eu tanto queria para a pergunta que nunca tinha conseguido responder. O artigo falava sobre beleza e sobre um conceito que curiosamente aplico em diversas áreas da minha vida e nunca tinha dado um nome: o conceito do bom o bastante. Como a autora escreveu o segredo está não em fazer tudo de maneira perfeita, mas sim de maneira consistente. Sabe aquela máxima do tempo de qualidade? É isso, só que potencializado. Tira a perfeição e entra a consistência. Tem a ver com escolhas, foco e priorização: olhar para tudo e realocar o seu tempo de acordo.Eu não vou roubar aqui mais do que deveria do artigo tão bem escrito para o The Cut, mas estou começando a entender como que eu consigo fazer tanto e viver tantos interesses ao mesmo tempo. Para quem olha de longe pode até achar que meu dia tem mais horas, mas a verdade é que ao trazer o conceito do “bom o bastante” para a minha vida eu trouxe um equilíbrio. Ao fazer as coisas assim dessa maneira não quer dizer que eu as conclua com perfeição nem maestria, mas sim de forma boa o bastante para ser feliz.Eu não preciso que a minha casa saia diretamente de uma página da revista da Martha Stewart, mas eu preciso que ela esteja organizada o bastante para eu olhar a bagunça e ainda assim sentir alegria. Terão dias perfeitos em que minha pele vai estar viçosa, meu cabelo vai estar brilhante e vou ter escolhido o look perfeito, mas esse provavelmente não será o mesmo dia em que chegarei no escritório de jornal lido e na hora pontual. Vai ter um dia que investirei muitos minutos de qualidade para brincar de esconde-esconde com o meu filho e certamente esse não será o dia que eu vou conseguir pedalar por uma hora na minha Peloton.É um constante jogo de pratinhos: eu vou seguir equilibrando milhares desses pratinhos todos os dias e o meu objetivo é não deixar nenhum cair, equilibrando de maneira consistente e boa o bastante para que todos eles sigam girando, uns mais outros menos. Esticando assim os meus preciosos e democráticos minutos. Quando eles faltam para uma coisa, eles aparecem para outra coisa, e a beleza da vida é saber que consistentemente vou girar todos os pratinhos, consistentemente vou quebrar um ou outro, consistentemente vou colar alguns com super bonder, e consistentemente vou fazer o bom o bastante.https://www.instagram.com/p/CSKU2UUFJqW/
5 Artigos Indicados pela Cami Cilento
- “In defense of ‘Good Enough’ Skin”, Erika Veurink para o The Cut/NY Mag
- “This Is How World War III Begins”, Bret Stephens para o NYTimes
- “The Man in the Olive Green Tee”, Vanessa Friedman para o NYTimes
- “Should leopards be paid for their spots?”, Rebecca Mead para a The New Yorker
- “An Ode to Giving People Money”, James Parker para a The Atlantic