Além do LinkedIn: Yasmim Porto

A Yasmim é formada em Marketing em 2014, trabalhou na BASF por oito anos passando por diversas áreas com consultoria interna a marketing de cuidados pessoais. Atua como Gerente de Produto no Boticário desde Setembro de 2020. Desde o início da carreira se envolveu com temas de diversidade, fundou o primeiro grupo de diversidade racial na BASF SA e conseguiu levar minha experiência a muitos lugares.

Afinal, o que exatamente você faz?

Hoje trabalho como Gerente de Produto do Grupo Boticário na área inovação de produtos (mais especificamente com a marca Match). Eu e meu time trabalhamos desde a conceituação do produto através do estudo tendências, comportamento do consumidor e concorrência até o desenvolvimento de formulação, fragrância, embalagem e comunicação. 

Como você conseguiu esse trabalho?

Comecei minha carreira na BASF, multinacional alemã, onde trabalhei por oito anos. Depois de passar por diversas áreas da empresa, cheguei ao marketing de cuidados pessoais. Comecei a atender a conta do Grupo Boticário e depois de um ano recebi um lindo convite para me tornar Gerente de Produtos. Foi uma mudança recente e no meio da pandemia. 

Como é um dia típico no escritório / home office / coffee shop?

Gosto de acordar e ter um tempinho comigo mesma para organizar os pensamentos. Faço minha rotina de skin care, um chá e o dia normalmente começa com reuniões. Meus dias são super dinâmicos. É bem comum ter alguma formulação e fragrância nova pra testar – uma parte super importante do processo de desenvolvimento. 

O que você ama sobre o seu trabalho?

Na minha infância havia pouquíssimos produtos para cabelos crespos e cacheados. Muitas de nós recorríamos a procedimentos químicos desde muito pequenas por falta de produtos adequados para este cuidado. Isso também teve um desdobramento na comunicação do mercado de beleza: se não havia produtos, não havia mulheres negras na TV, revistas, jornais etc. Quando você não se enxerga nos lugares é como se sua existência fosse apagada. O que amo é a possibilidade pautar uma nova conversa na indústria, contar a minha história que é comum à de tantas outras mulheres. 

Qual foi a melhor decisão que você já tomou sobre a sua carreira?

No geral as melhores decisões surgiram ao escutar a minha intuição, trocando ideias com meu parceiro, família e amigos próximos. Ter uma rede de apoio sempre foi fundamental para tomar minhas decisões. 

Qual foi a pior decisão que você já tomou sobre a sua carreira?

Honestamente, minha caminhada até aqui foi muito orgânica e acredito que sempre estaremos sujeitos ao erro, é intrínseco a vida. Decisões ruins podem acontecer, mas o mais importante é o que aprendemos sobre nós mesmos no processo. 

O que você estaria fazendo se não fosse isso?

Quando eu tinha uns seis anos dizia que queria ter uma escola de artes para crianças. Talvez, em uma timeline paralela do universo, eu esteja fazendo isso? 

Como você organiza o seu tempo?

Toda sexta-feira eu já dou uma olhada na semana seguinte para checar se tudo que preciso fazer está desdobrado na minha agenda e declino de reuniões que não preciso estar. No início e final do dia sempre dou um rápido check. Tento respeitar ao máximo meus horários de estudo, exercícios e tempo livre.  

Qual você acha que é o seu maior superpoder no trabalho?

Adoro engajar as pessoas para realização dos projetos. Exercito muito a escuta ativa e a diplomacia. Faço questão de separar um tempo para trocas mais pessoais e profundas. É realmente importante para mim ter um ambiente de trabalho onde todos se sintam respeitados, acolhidos e parte do todo. 

Qual é a sua maior fraqueza?

Acho que uma das minhas maiores fraquezas é ter uma tendência a assumir responsabilidades que não são minhas para que os projetos se concretizem, o que acaba me sobrecarregando. Estou aprendendo a definir melhor os limites. 

Como você toma decisões?

Quando a decisão é relativa ao trabalho, meu processo é de análise, lista de prós e contras, conversas com meu time e com aqueles que mais dominam o tema. Para mim, ter outras perspectivas é fundamental para tomar decisões mais assertivas. Quando é uma decisão é mais pessoal, aciono minha rede de apoio. No final, independe se a decisão for de trabalho ou pessoal, a intuição faz seu papel, porque precisamos estar em paz com o que decidimos.

O que você lê?

Há um tempo estudo as dinâmicas de raça no Brasil, então grande parte da minha leitura tem sido voltada ao tema: Um Defeito de Cor (Ana Maria Gonçalves); Entre o encardido, o branco e o branquíssimo (Lia Vainer Schucman); Mulheres, Raça e Classe (Angela Davis). Atualmente estou terminando o Torto Arado (Itamar Vieira Junior). 

Qual você acha que é o segredo para chegar onde chegou?

Não sei exatamente qual é esse lugar que cheguei, rs. Mas sempre fui muito autêntica e verdadeira comigo mesma – é preciso ter paciência, estar aberta, estudar e aprender. É importante escolher trabalhar com algo que te inspire, construir pontes e boas relações ao longo do caminho. 

Qual hora do dia você se sente mais produtiva?

Sou super nortuna e durante o dia preciso trocar muito com o time, então no final do dia consigo ter mais tempo sozinha e produzir mais. 

Quais ferramentas você usa para melhorar a produtividade?

Uso ferramentas como agenda, One Note etc, mas também considero super importante os momentos de pausa e que alguns dias serão mais ou menos produtivos, faz parte. 

Agenda de papel ou Google Calendar?

Outlook! Gosto de ver tudo em um lugar – trabalho e vida pessoal. Uso muito o One Note para organizar as informações e To Dos por temas. Sempre tenho um caderno ao lado também para anotar pensamentos e aquelas coisinhas que podemos esquecer no dia a dia. 

Com qual roupa você se sente mais powerful para trabalhar?

Pra mim é imprescindível estar sempre confortável, gosto de modelagens mais largas e amo um look monocromático. 

Work snacks?

Frutas! Bebo muita água e chá também durante o dia. 

Qual foi a maior experiência profissional que você já teve?

Uma das maiores experiências profissionais que tive foi a criação de um curso de Letramento Racial na BASF, foi a realização um sonho. Sempre quis levar o tema para dentro do mundo corporativo de maneira estruturada, organizada e didática. Então em 2019 chamei uma grande parceira e amiga, a Suzane Jardim, que é pesquisadora e historiadora das dinâmicas raciais e criamos o programa completamente inovador e disruptivo. Foram nove meses de aulas, com trocas muito profundas tanto internas como externas (chamamos parceiros, clientes e qualquer pessoa interessada no tema). Realmente pude ver a transformação através da educação. Minha alegria foi ainda maior quando o programa começou a ser replicado por outras empresas com a Suzane. 

Quem é você no escritório?

A que sempre ia embora mais tarde por estar filosofando sobre a vida com alguém na copa do escritório. 

O que você procura quando está contratando alguém para o time?

Procuro pessoas que tenham perfil complementar ao meu, que traga novas perspectivas para que o time seja cada vez mais diverso. Precisa ser hands-on ter muita vontade de fazer acontecer.

INSTAGRAM: @portoyas

Editors note: a Yasmin recentemente saiu do grupo O Boticário em busca de novas aventuras e autoconhecimento.

Previous
Previous

Pensando em Tomar Colágeno?

Next
Next

White Hair: Mais Cabelos Brancos na Pandemia?