A Woman's Right to Travel

As vezes me sinto presa em looping eterno naquele episódio que a Carrie perde o sapato ao ir numa festa de bebê, por conta de uma “no shoe policy” (E9 S6 - A Woman's Right to Shoes). Isso tudo porque está aberta a temporada de casamentos no meu grupo de amigas. Parece que tem um período do ano que todas as amigas resolvem se casar (e eu amo, fico super feliz e contente com isso, devo ressaltar!). Ano passado essa temporada começou em junho e só terminou em dezembro. Esse ano começou mais cedo, em abril, ainda sem previsão pra terminar (confesso que estou ansiosa para um destination que acontecerá no final do ano que vem!). É aquela temporada de preparação de escolher presente, vestido e mil coisas.

No entanto, cheguei na idade na qual eu compreendo Carrie e entendo ela ter feito o que fez... "The Manolos I lost cost a shitload of money.” - So the experiences that I had, I would say… Embora não seja um valor monetário, as experiências que temos tem um valor especial. Ainda em Cambridge ouvi um podcast da Liz Gilbert no qual ela falava o quão baixo ela mantinha sua qualidade de vida para que fosse possível viajar muito e conhecer o mundo. Ano passado por conta de uma viagem perdi 4 casamentos - de amigas muito queridas, devo dizer e sofri por isso. Se eu parar para contar quanta coisa perdi desde o começo, a lista terá de nascimentos à enterros, passando por todas as fases da vida, e assim ela é.

Escolher morar fora ou viver experiências pode ser considerado por muitos um ato de egoísmo e daí a preocupação de algumas pessoas que não conseguem nem se dar ao luxo de tirar férias porque vai perder um evento importante. A reflexão que faço hoje é o contrário, será que nesse meio de idas e vindas pelo globo enquanto eu conhecia mil pessoas eu deixei uma parte especial para trás? Seria esse o momento no qual eu me identifico com a Carrie por valorizar minhas experiências e reconheço que foi a minha escolha que me colocou nessa posição?

Muito se fala nas maravilhas das viagens, muito se vê nas fotos no instagram mas pouco se fala naqueles momentos que as pessoas perdem porque escolheram vivenciar o desconhecido. Eu mesma já vivi muita coisa... De perder pessoas queridas, de não conhecer priminhos até seu primeiro ano de vida, de passar natais sem ceia e réveillons simples. Ficar convertendo presentes em presença e presença em presentes sabendo que não são a mesma coisa. Mas confesso que amo a lista de experiências! Tanto minhas quanto a de amigos, e essas são minhas preferidas! E fico na torcida para que o casal realmente faça o que está ali... nelas eu me perco e fico olhando tudo, esperando que eles sejam felizes naqueles momento como eu sou.

Quando leram minha mão na India, me falaram que isso tudo ia passando quando eu encontrasse alguém que me entendesse e levasse numa aventura.  Esses dias ao reavivar essa história, me falaram: “como alguém te levará numa aventura se você é a própria aventura?!”.. gostaria que todas mulheres se vissem assim: uma aventura por si só e entendam que perder algo faz parte da experiência também, mas que os verdadeiros amigos e entes queridos entendem o caminho que você escolheu e torcem para que vc seja feliz assim.



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