A Day in the Life With: Ana Luisa Torres
Written By Rosa Zaborowsky
Building a business while raising a family. Acho que essa seria a definição perfeita da bio de várias amigas minhas que se encontram nessa fase da vida, e a minha também. Estamos tendo filhos mais tarde, e mais ou menos com 30 anos decidimos que é hora de empreender em busca de flexibilidade para poder criar uma família e construir um negócio, ao mesmo tempo. Crazy move. Mas necessário para quem quer priorizar estar com os filhos e para quem pode escolher entre isso e um emprego tradicional 9am-5pm (no caso do Brasil, seria 9am-8pm) durante a primeira infância dos nossos pequenos. Como resultado acabamos trabalhando em horários alternativos, respondemos emails do carro naqueles 15 minutinhos a mais dentro da garagem e estamos sempre culpadas.Seja para diminuir a minha culpa e ver que não sou a única fazendo calls trancada no banheiro enquanto algum filho meu coloca a mãozinha por baixo da porta e me pergunta "mamãe, quantos dedos você ta vendo?" ou para pegar dicas preciosas de equilíbrio de rotina, eu adoro dar uma espiada no dia a dia de mulheres que admiro. Hoje eu convidei a Ana Luisa Torres, jornalista e mãe da Helena para a serie "A Day in the Life With." Enjoy!
7:45 - Toca o despertador interno da Helena. ela sempre adormece na cama dela e, magicamente, amanhece na nossa. dependendo de sua agenda de calls, o Mat fica com ela por 30 min ou 1h para eu dormir mais um pouco (amamento diversas vezes durante a noite)
8:15 - Levanto e tomo meu café. o mat ensinou a helena a encaixar a cápsula na Nespresso quando ela tinha uns 8 meses, acho bem impressionante.acordo esfomeada, sempre que possível (porque nesse período matinal a filhote quer envolver os dois ao mesmo tempo) tomo um café reforçado - meu ápice é conseguir fazer tapioca recheada com avocado e uma fatia de queijo por fora. ofereço o mesmo que estou comendo pra ela.
9:00 - Entre 9h e 9h30 preciso estar pronta (alimentada, banhada e vestida) para assumir meu primeiro “turno”. o mat se fecha no escritório pros primeiros calls. Dependendo do humor da coisica, peço que ela me “ajude” a arrumar a cama, tirar a mesa e colocar algumas roupas na máquina. Desde 20 de março dispensamos nossa babá e nossa empregada doméstica (e a casa nunca mais foi a mesma).
10:00 - Descemos para passear de carrinho, ver “auaus” e “piupius”. Quando ela adormece, começo a checar os e-mails e mensagens, alimentar minha lista de afazeres profissionais do dia e resolver pendências (sempre muitas!). Leio a Folha de São Paulo, me revolto com as notícias. Troco mensagens no grupo de mães. Peço supermercado por aplicativo.
11:00 - Começa o turno dos avós (meus pais, nossos vizinhos), que a buscam e ficam com ela até as 16h. foco total no trabalho, que precisa render ao máximo nessas 5h.
13h - Geralmente o mat prepara o almoço ou pedimos delivery. meus preferidos (porém chics demais, só em dias especiais) são o executivo do Muquifo, Ritz (às 4as, que tem pastel) ou lanche do Matilda. Se quero ser saudável, salada do Olea.
16h - Bebê retorna e começa a “batata quente” entre eu e o mat, tipo “posso ficar com ela até as 17h, aí tenho call”, “fica com ela 20 min para eu terminar um e-mail”... é a parte do dia em que sinto culpa, porque muitas vezes fico tentando resolver coisas pelo celular mesmo estando com ela. Odeio estar presente sem estar, de fato, presente. mas é o melhor que podemos fazer no momento.
19h - Tentamos jantar os 3 juntos, ou um dos dois dá jantar pra Helena enquanto o outro termina algo do trabalho. na sequência, banho da bebê, sempre de chuveiro com o Mat, brinquedos e livros - ela ama e nunca quer sair. ninguém deixa o cabelo dela mais cheiroso do que ele.
21h - A Helena finalmente adormece. Tem dormido mais tarde do que o normal na quarentena, acho que porque quer aproveitar nos dois juntos só pra ela depois do banho. Vou tomar o meu e viver meus 20 min de “autocuidado” - quando dá, preparo um esfoliante caseiro com açúcar, limão e mel que amo e faço uma máscara facial express. Até a quarentena, nunca tinha notado nenhuma ruga importante no rosto. Comecei a caprichar nos cremes e seruns com cara mais “potente”.
22h - Mat e eu decidimos se vamos assistir alguma série ou ler (confesso que séries têm vencido com frequência).hora do vinho, se ainda não tomei uma taça no jantar, e de abrir algum chocolate diferente que compro na lojinha da esquina de casa.
23h - Hora de dormir: adormeço em menos de 20 segundos sabendo que, provavelmente, em menos de 1h começarão as muitas mamadas da madrugada. Durmo exausta, porém feliz por ter vivido mais um dia com saúde e conforto nessa doideira de quarentena!