7 PRÁTICAS DE SELF-CARE da cultura ORIENTAL para incorporar na sua rotina

Muito antes de modismos, os Asiáticos praticam self-care tão naturalmente quanto respirar! São práticas milenares passadas de geração em geração e na China, fico cada vez mais impressionada como estão realmente presentes e não me canso de aprender e incorporar um novo hábito.Se tornou regra receber a dica de um chá que faz bem para pele, para o sistema imunológico ou para algum órgão específico. Em um jantar é também comum recomendarem algum tipo de alimento como gengibre, lótus, broto de bambu, entre tantos outros, seguido de um “it’s very healthy”. E as praças públicas, repletas de jovens e idosos praticando tai chi chuan, dança e badminton, diariamente se movimentando! Ah! E como não ouvir o som das “batidinhas” dadas com as mãos no próprio corpo para ativar a circulação do sangue?Mas não se engane: todo esse conjunto de hábitos passados por gerações através dos séculos, não são apenas culturais e inocentemente intuitivos. Fazem parte de uma tradição religiosa e filosófica extremamente profunda: o Taoísmo, datado de mais de 2000 anos a.C.  A prática realmente impactou na cultura do Leste Asiático, e já foi a religião oficial da China ao longo de sua história.Existem várias escolas do princípio Taoísta, mas essencialmente ele se baseia no equilíbrio das polaridades Yin (negativa) e Yang (positiva) que o todo o Universo possui, inclusive nós – masculino e feminino, luz e sombra, ativo e passivo, movimento e quietude, nosso lado direito e esquerdo – somados aos 5 elementos da natureza - na cultura chinesa são: terra, água, fogo, madeira e metal -  e nenhum pode existir sem o outro. Também fazem parte um conjunto ético que destacam a serenidade, simplicidade, espontaneidade, contemplação da natureza e os “Três Tesouros”: compaixão, moderação e humildade.Na prática, o princípio fundamenta e propõe métodos como a massagem e a estimulação dos meridianos, a ingestão de alimentos específicos, a adaptação dos nossos hábitos levando em conta a alteração da natureza ao longo das estações do ano, a movimentação do corpo, meditação, entre tantos outros, que promovem o equilibro do corpo interno e sua interação com o ambiente externo.E já que entramos na prática, separei 7 exemplos que podemos tentar incorporar em nosso dia a dia. Não aleatoriamente, o número 7 representa harmonia e a união de Yin e Yang com os 5 elementos da natureza! Se é para começar, vamos com toda a harmonia que precisarmos!7 práticas de self-care da cultura ORIENTAL - The Lolla

1. Food Care

 O primeiro da lista, já que é o assunto tratado com mais seriedade pelos chineses! Não apenas o alimento, mas como e o horário em que você faz as refeições. Os Chineses começam a comer cedo, por volta das 7:00, almoçam por volta das 11:00 e jantam entre 17:00 e 19:00 - sim, restaurantes chineses cheios neste horário e fechados após as 21:00.Os alimentos, além de escolhidos por sua função medicinal, também são de acordo com sua sazonalidade: na filosofia Taoísta, se coabitamos com a natureza, ela nos proporciona os alimentos que precisamos para a determinada estação do ano.As refeições normalmente são feitas sempre em conjunto, em um ambiente relaxado, tradicionalmente em mesa redonda, com divisão de comida ao centro, consumidas em pequenos bowls - mesmo nos restaurantes as pessoas nunca pedem pratos individuais -. Além do ambiente amistoso, também gera uma impressão de abundância, que favorece a ingestão de menos alimento.Ah! E não pode ter corrente de vento e as refeições são acompanhadas de chá quente! Precisamos estar relaxados para o bom funcionamento do aparelho digestivo.7 práticas de self-care da cultura ORIENTAL - The Lolla

2. Se exercite, mas com qualidade

 Para a cultura Chinesa, exercitar o corpo tem mais a ver com frequência e prazer e menos com intensidade: exercitar significa movimentar o corpo, sem que isso lhe proporcione ainda mais stress. Assim, normalmente eles estão caminhando, dançando com um grupo de amigos nas praças, jogando badminton na calçada, tudo com muita descontração.Os chineses acreditam que exercícios gentis ajudam a respiração correta e movimentam o Qi (energia) de forma a oxigenar o sangue, melhorando todo o organismo, diferentemente de exercícios que nos deixam muito cansados e ofegantes.7 práticas de self-care da cultura ORIENTAL - The Lolla

3. 5 minutos diários de massagem ao redor dos olhos

 Em muitas escolas públicas massagear os olhos é ensinado desde a infância e fazem parte da rotina diária!Trata-se de uma técnica que pressão em diferentes pontos usados pela acupuntura, que ajuda a relaxar a tensão dos músculos dos olhos, aumenta a circulação facial e refresca a mente. Hoje, os rolinhos de jade e cia estão na moda, mas os Chinesas já usam estes instrumentos há séculos! E a quantidade de spas de massagem?Aqui deixo a minha extensão para massagens no rosto e corpo –  preciso fazer um especial só de massagens chinesas, vocês querem?

 

4. Medicina Tradicional e Remédios Naturais

 Até hoje, em qualquer hospital da China, existe a ala alopática e a ala de medicina tradicional Chinesa! Eu mesmo já testei acupuntura, tratamento com ventosas, massagens diversas e claro, os remédios naturais chineses! Todas as práticas tradicionais são baseadas no equilíbrio integral do funcionamento do corpo.Para este último, assim como os hospitais, há farmácias divididas entre a sessão de remédios ocidentais e os naturais – sim, ervas de todos os tipos, raízes in natura, ou cápsulas e tônicos já manipulados. O uso de remédios naturais causam menos efeitos colaterais e são menos invasivos. É claro que para doenças graves eles também usam o benefício da medicina Ocidental, mas mesmo assim, fazem uso combinado orientado, e nunca desprezam uma receitinha de família de sopas e chás. 7 práticas de self-care da cultura ORIENTAL - The Lolla

5. Coloque os pés de molho

  Principalmente no inverno, os Chineses mergulham seus pés em água BEM quente. Na medicina chinesa, os pés são fonte de conexão com todo o nosso corpo, e possuem pontos que correspondem a um órgão diferente. Mergulhando os pés em água quente, as pessoas melhoram a circulação do sangue e estimulam o bom funcionamento dos órgãos. 

7 práticas de self-care da cultura ORIENTAL - The Lolla

6. Cochilo após o Almoço

 Na tradição chinesa, a soneca após o almoço é vital para o equilíbrio do corpo.  Na rotina diária, mesmo corporativa, o almoço tem duração de uma hora e meia à duas horas, para que a soneca seja respeitada. E todos dormem, seja onde for: no sofá ou cadeiras da recepção, debruçados à mesa de trabalho, nos bancos das praças. Para quem mora na China, as cenas são tão frequentes que passam despercebidas!Ao contrário da sensação de desperdício de tempo que em quem não possui o hábito, quem pratica garante que é justamente ao contrário: a segunda parte do dia se torna mais produtiva, já que proporciona um estado de maior disposição e atenção. Na filosofia Taoísta, precisamos dar ao corpo o que ele pede, é o princípio da espontaneidade. Se sentimos sono após o almoço precisamos dormir: é o nosso corpo se comunicando, pedindo descanso. 

7 práticas de self-care da cultura ORIENTAL - The Lolla

7. A solução de todos os problemas: Água Quente!

 Tão verdade, que sempre brincam com o fato. É muito comum ao reclamar de enjoo, dor de cabeça, resfriado, seja o que for, alguém recomendar: beba água quente! Os chineses fazem a ingestão de chás e água quente muitas vezes ao dia. Todos os bebedouros possuem as funções “água natural” e “água quente”. Até em locais como aeroportos, estações de trem e shoppings. Água gelada? Nem pensar! Para os chineses, a ingestão de líquidos em temperaturas mais baixas que o corpo, diminuem o funcionamento dos órgãos. Vocês já praticam alguns destes hábitos? Vale a pena se aprofundar na filosofia e tentar aplicar algum princípio em nosso dia a dia. O equilíbrio em todos os aspectos da nossa vida nunca foi tão atual e necessário: desde nossa relação com o alimento e a natureza, até o que fazemos com o tempo livre, nosso trabalho, e consumo. E quando entendemos que parte de dentro para fora, quando vivemos em harmonia interna, nosso cuidado sai do “Self”, do individual, e reverbera no coletivo: acaba transformando nossa casa, nossa comunidade e o mundo. 

再见zài jiàn|até a próxima!

 

SOBRE A EMI

Emi Yoneshige trabalha no varejo de moda há mais de 15 anos, e já morou no Japão e México antes de se mudar para Shanghai, na China, onde é responsável pelo escritório de Outsourcing da Ásia de um importante grupo de moda brasileiro. Também ministra duas disciplinas na filial chinesa do Instituto Marangoni. Emi é publicitária por formação e curiosa por vocação, o que a permite garimpar histórias e beleza onde quer que vá. Tem um flerte lindo com a antropologia e se preocupa em mostrar o mundo através do olhar do outro, levando em conta seu contexto e cultura local, e muitas vezes, quebrando paradigmas.
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