Interview: Maria Ruth Jobim, Designer Gráfica, Ilustradora e Editora do Lolla

Conheci Maria Ruth pelo Instagram, uma curtindo o trabalho da outra. Do nosso primeiro café ela saiu editora do lolla e eu ganhei uma amiga que finalmente usa o Messages (tem um mundo inteiro acontecendo no Messages enquanto você fica nos seus grupos do WhatsApp, just saying) e conversa comigo sobre podcasts. Aliás, essa matéria que ela fez sobre Podcasts tem dicas incríveis. Uma ilustradora incrível e antenada. Acho que vão gostar de conhecer a Maria.

 (image credit: Bia Xavier ) (image credit: Bia Xavier )

FORMAÇÃO: Desenho Industrial

JOB: Designer Gráfica e Ilustradora no Studio MR Jobim

Q. Girl, suas ilustrações conquistaram todas. Como você chegou aqui, trabalhando seus desenhos com marcas como o Gallerist e a Intimissimi?

Pergunta difícil. Hoje em dia as mídias sociais são grandes vitrines, mas acho importante saber se comunicar e gostar do que faz. Estar disposta a fazer algumas coisas no inicio por experiência, para conhecer o mercado e aprender. “Bater na porta” também foi muito importante. Não tenho ninguém na área de família, então, sempre me arrisquei em mandar e-mails, pedir oportunidades e, quando conseguia, tentava fazer o melhor delas.

Q. Em quem você pensa quando faz as suas ilustrações? Alguma girl crush especifica?

Nenhuma girl crush específica. Quando tenho um projeto pontual com alguma marca, tento mergulhar na identidade daquela marca, sem esquecer da minha, claro. Mas tentar representar a minha visão daquilo. Já em trabalhos mais autorais, acredito que é uma mulher aspiracional, leve, com aquele certo je ne sais quoi. Talvez uma junção de inspirações.

Q. Você se formou em que?

Me formei em Desenho Industrial na UnB, em Brasília. Hoje, faço pós na FAAP.

Q. Você é do tipo nerd que estuda, faz cursos, curte ler ou é mais blazé?

Hahaha acho que posso me considerar uma nerd. Na escola, era daquelas que sentava na primeira carteira e que depois todo mundo queria o caderno porque anotada tudo.Mas acredito que estudar, ir a fundo, é um grande diferencial. Até hoje estudo muito através de livro, busco referência em biblioteca. Estamos na Era da Informação, onde o nosso conteúdo se torna cada vez mais o bem mais valioso que carregamos. Consigo meus trabalhos não só pela minha técnica, mas por toda a bagagem que carrego. Logo, é importante estar sempre se reinventando e aprendendo.

Q. Alguma dica de curso para quem quer começar a fazer ilustração?

Eu tenho gostado muito de usar o aplicativo SkillShare para mini-cursos online. Sugiro também o livroLeia isto se quer fazer desenhos incríveis do Selwyn Leamy. Mas acho que o mais importante é começar. Todo mundo sabe desenhar quando é criança, alguns param em algum momento e outros continuam. Aqueles que continuam, são aqueles que a gente diz ter o talento nato. Mas na verdade, é prática. Eu acredito muito que com prática, todo mundo consegue. E, que não tem desenho feio, cada desenho é singular e serve para um próposito.

Q. Quais outros artistas você curte o trabalho?

Amo o trabalho da Garance Doré. Acho feminino e delicado! Gosto muito da Karen Hofstetter. E, como designer gráfico, não tem como não falar do Stefan Sagmeister.

Q. Fala um pouquinho do Studio MR Jobim. É one woman show?

Atualmente, sou só eu. Faço de tudo. Do administrativo, instagram aos projetos em si. Tem ficado cada vez mais difícil levar como uma pessoa só — ainda bem. Significa que está dando resultado. Mas tenho que dar crédito também a minha irmã, que me deu o empurrão para criar as mídias sociais. E, minha mãe, que é minha grande conselheira.

Q. Como é seu processo criativo? Da onde vem a sua inspiração?

Meu primeiro passo é procurar inspiração. Então, mergulho na pesquisa para entender o conceito em todos os seus aspectos. Costumo demorar um pouco para por no papel. Deixo maturar na minha cabeça antes de colocar para fora. Não sou dessas que fica rabiscando rabiscando até que sai algo. Preciso de tempo.

Q. Você desenha todos os dias?

Não mais. Como o Studio MR Jobim está crescendo, cada vez mais preciso me desdobrar. Tem dias que passo o dia em reunião com cliente, outros desenhando, e outros preenchendo planilhas. Nem tudo são flores.

Q. Como é um dia típico seu?

Rotina é algo que me falta. Realmente não tenho. E, gosto, para ser sincera. Fiz uns semestres de nutrição e cheguei a estagiar. É uma profissão que requer mais rotina. E, confesso, que não me adaptei bem. Eu adoro o desafio, o frio na barriga. Sinto que me impulsiona.Mas, também é difícil para a organização. Hoje, o que tento fazer, é separar um dia para cada trabalho ou atividade. E, planejar minha semana no domingo a noite.

Q. São Paulo está te tratando bem?

Não tenho do que reclamar. Já gostava de São Paulo antes de me mudar. Mas me apaixonei de vez quando vim. A novidade, o ritmo, a cultura, tudo.

Q. O que mais estranhou quando se mudou de Brasília pra cá? E o que mais amou?

Estranhei estar longe da família mesmo. É um desafio.Mas amei a liberdade que a cidade proporciona. Estar caminhando na rua e encontrar uma galeria de arte, a quantidade de exposições, eventos, restaurantes. O ritmo é frenético, mas sabendo dançar nele, é apaixonante.

Q. Lugar favorito para tomar café em São Paulo?

O PAO é o meu vizinho, então, quase um segundo escritório. Tem um bolo de cacau que é uma delicia. Tenho gostado muito de ir trabalhar no Yerba. É um bar de mate que abriu em pinheiros, que tem um ambiente gostoso e uma luz natural linda.

Q. Qual série você está assistindo no momento?

Terminei Dark, do netflix, ontem. Recomendo. (Preste atenção nos figurinos dos anos 80, são incríveis)

Q. Carnaval taí, você é super dos bloquinhos ou prefere se refugiar no mato?

Sou geminiana. Sou de fases. Mas acho que você vai me encontrar em algum bloquinho por aí.

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Q. Última compra que fez?

Uma máscara fresca de rosas da Lush, chamada BB Seaweed. Estou amando! Deixa a pele super macia e hidratada.

Rosa Zaborowsky

Editor & Founder of thelolla.com and Mom of 3

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