Como a Haute Couture se mantem no mundo da fast fashions?

Fotos: Temporada de Alta Costura Paris 2018 fashionista.com

A semana de Alta Costura já passou mas, dizem por aí que chegar atrasado é chic (meu namorado que não me escute) então, cá estou eu para falar de... Haute Couture. Para entender o que significa a tão prestigiada semana de Alta Costura de Paris, é necessário voltar muitos anos. Mais precisamente, para 1858, o ano em que o inglês Charles Frederick Worth decidiu deixar seu trabalho na loja de tecidos e abrir seu próprio atelier.

Junto aos avanços da revolução industrial surgiram instrumentos como teares e máquinas de costuras as quais, foram responsáveis por grandes mudanças no mundo da moda. O Sr. Worth foi o primeiro a perceber que, ao fazer uso destas máquinas, a produção de roupas se tornava mais rápida e fácil (digamos que nascia aqui a tataravó da nossa querida fast fashion). Logo, se deu conta que era a oportunidade de revalorizar a exclusividade nas peças de roupas, mais precisamente, no ambiente em que acontecia a dita-cuja “moda” isto é, na corte francesa.

Sempre muito visionário, Worth fazia uso de sua mulher, Marie Augustine, como modelo durante suas aparições na corte e, foi deste modo que as clientes passaram a ir até o criador, algo, até então, inédito. Foi deste gênio, também, que surgiram as etiquetas nas vestimentas e os primórdios da ideia em torno daquilo que chamamos de “roupa de marca”. Dez anos depois, em 1868, Charles precisou se sindicalizar e para isso era necessário a criação de um nome àquilo que fazia e foi desta necessidade que surgiu a famosa palavra (e frequentemente usada de modo equivocado): costura. Naquele ano, criou-se o Chambre Syndicale de la Haute Couture e foi nesta que se originou as regras que regulamentam as maisons de alta costura na França.

Alguns dos itens deste detalhado e extenso regulamento que, esta em vigor até os dias de hoje, são:

-       a marca ser de Paris, mais precisamente, localizada no Triângulo de Ouro

-       ter um prédio próprio e com estilo arquitetônico definido

-       apresentar duas vezes ao ano coleções com, no mínimo, 35 looks

Existem inúmeras outras porém, uma específica merece destaque: a Maison precisa ter um produto que gere dinheiro para a Alta Costura. Como por exemplo um perfume, esmalte e etc. Pois, uma vez que, devido aos preços altíssimos das peças, existem em média 200 colecionadoras (aquelas que consomem Haute Couture) há a necessidade de algo mais acessível e popular que possibilite a produção destas peças.

O assunto é muito extenso e igualmente interessante mas, em resumo, se um dia alguém te abordar sobre a história da Haute Couture você precisará saber, basicamente que: não existem marcas de alta costura mas, maisons. Assim, pode-se concluir que, as maisons francesas não são fontes de renda e sim de habilidade e técnica. Consequente a isto, surge todo o status em torno das Hautes Coutures, seja vestindo uma peça, assistindo os desfiles da primeira ou, no meu caso (e agora no de vocês), saber a história.

 

                                     

Previous
Previous

Interview: Sharon Sancovski, Editor of Trends & Opinion on thelolla.com

Next
Next

A super lua e o que isso significa para você