Os livros que o Lolla team leu em Abril
Se você está procurando por um romance nostálgico e inspirador, inspiração nas relações pessoais para aprender sobre perdão e recomeço e como ocupar o lugar do outro, aqui vão três livros para te acompanhar neste mês.
Paula Trombini | Managing Editor
Esse livro estava na minha lista há muito tempo e já tinha sido super recomendado por alguns amigos, talvez por ter Nova Iorque de pano de fundo, que é uma cidade que eu já vivi e amo de paixão, muita gente achou que eu iria gostar. E de fato, amei.
O livro se passa na década de 70, na cena artística de uma das principais cidades do mundo quando falamos de contracultura: NYC. Era tanta descoberta e liberdade que dá uma sensação de nostalgia mesmo nunca tendo vivido lá. "Só garotos" é uma autobiografia sobre a história de amor da poeta e cantora Patti Smith e do fotógrafo Robert Mapplethorpe. Ela conta de maneira simples e espontânea casos icônicos em que viveram com personagens como: Janis Joplin, Jimi Hendrix e Andy Warhol. Uma vida inteira vivendo pela arte, sentindo o fluxo da vida e acumulando um repertório de momentos inacreditáveis. Impossível não se apaixonar pelo amor e parceria deles.
Muitos dos personagens citados eu não conhecia, mas sua maneira simples de escrever nos faz rapidinho entrar no contexto. Já me sinto íntima da Patti e foi genial a vida vivida por eles.
Cintia Menon | Style Editor
Não sei dizer quantas vezes esse livro “viajou na minha mala” nos últimos meses! Eu o comprei para as férias de janeiro e, por algum motivo, nunca foi a minha primeira opção no momento de escolher uma nova leitura. Finalmente resolvi pegar ele e foi uma ótima surpresa – leve, apesar do enredo – e fluido, li inteirinho em 2 voos curtos.
Suíte Tóquio, é uma trama que intercala dois pontos de vista sob uma mesma situação. Uma luta entre classes: de um lado a babá Maju e do outro lado a sua contratante e mãe da criança, Fernanda. A tensão é dada logo no início da narrativa, com o sequestro da menina Cora, que por hora parece apenas uma aventura, e logo é tomado por muitos transtornos e conflitos.
A realidade é que as protagonistas representam lados opostos, uma cheia de privilégios e a outra a ausência total deles. Fernanda, por sua vez é a mulher que tem tudo – o dinheiro, a filha, o marido, e a carreira – e aparentemente não dá valor ao que tem. Maju, carente em suas relações, dependente financeiramente do emprego e presa a sua rotina quase escravizada.
A grande chave do romance é a ausência de um tom moralista sob as personagens, em nenhum momento julgamos a Fernanda por suas escolhas ou Maju pela loucura cometida quando resolve raptar Cora. Em muitos momentos, me encontrei torcendo por ambas, ansiosa para o desfecho da estória.
Rosa Zabo | Editor & Founder
A Casa Holandesa, by Ann Patchett
Ann Patchett é uma autora talentosa com estilo de escrita único e envolvente. Uma de suas obras mais celebradas é "A Casa Holandesa", um belo romance que explora as complexidades das relações familiares, do amor e do perdão, foi finalista do prêmio Pulitzer.
A história segue duas famílias cujas vidas são mudadas para sempre por um evento trágico. Qualquer coincidência ao estilo de vida da família Trump e seus pares não é coincidência - Ann se inspirou neles para compor a relação das pessoas com o dinheiro, base da narrativa.
Os personagens lutam para lidar com os erros que cometeram e a dor que causaram - a falta de comunicação entre os personagens é sufocante, me lembrou muitas vezes os livros de Sally Rooney (Pessoas Normais e Conversa Entre Amigos) e a exploração de Patchett sobre a jornada deles em direção ao perdão é ao mesmo tempo dolorosa e esperançosa.
Embora você possa achar o início do livro lento, eu sugiro insistir. Demorei 3 meses para terminar, não engrenava de forma alguma, mas em algum momento foi embora. No geral, "A Casa Holandesa" é um romance belo e provocativo que deixará você com uma apreciação mais profunda das complexidades das relações humanas e do poder do perdão.